O guitarrista Andreas Kisser relembrou em entrevista ao canal de Marcos Kaiser como a sonoridade do Sepultura começou a se transformar no início dos anos 1990, especialmente com a introdução de elementos percussivos que marcaram discos como “Arise” e “Chaos A.D.”. Segundo ele, esse caminho não nasceu de um planejamento meticuloso, mas de um processo espontâneo, moldado por vivências dentro e fora do Brasil.
“Foi uma coisa muito intuitiva, porque você não tem como fazer um planejamento desse”, contou Andreas. A banda, que em 1989 saiu em sua primeira turnê internacional com o Sodom, começou a perceber o interesse estrangeiro pelo Brasil. Esse olhar externo, ainda cheio de estereótipos sobre “selva, topless e biquíni”, fez os músicos refletirem sobre a própria identidade cultural.
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Já no álbum “Arise” (1991), o Sepultura experimentou introduções com flautas e percussões eletrônicas, antecipando um passo decisivo. “A gente queria expressar um pouco disso na nossa música. Não foi nada muito planejado, harmonia e tal. Foi espontâneo”, disse.
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A percussão do Sepultura
Andreas destacou também duas bandas que serviram de inspiração direta para a incorporação da percussão no som pesado do grupo. A primeira delas foi o Neurosis, pioneira em misturar peso extremo com elementos tribais no palco: “Eles também tinham percussão em cima do palco, tocando junto com o som pesado. Isso foi uma influência forte”.
Outra grande referência veio dos australianos do Dead Can Dance, grupo que explorava sonoridades étnicas e atmosferas densas: “Essa coisa da percussão também veio deles. Eram bandas que mostravam como esses instrumentos poderiam criar algo mais pesado e diferente”.
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No estúdio Rockfield, onde gravaram “Chaos A.D.” (1993), o Sepultura consolidou essa identidade própria, rompendo de vez com as comparações excessivas a Slayer e Metallica. O resultado foi um som que unia thrash metal, tribalismo e brasilidade, tornando-se marca registrada da fase mais criativa do grupo.
“Até aquele momento a gente era muito comparado com Slayer e Possessed, o que era ótimo porque copiávamos mesmo. Mas no Chaos A.D. conseguimos ser mais autênticos. A percussão foi essencial para isso”, concluiu Andreas.
Confira a entrevista completa abaixo.
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