Após trajetória de muito sucesso no cenário internacional, com conquistas no Festival de Veneza, no Globo de Ouro, no Oscar e em muitos outros eventos pelo mundo, “Ainda estou aqui” finalmente teve sua noite de brilho no Brasil. O filme foi o grande vencedor do Prêmio Grande Otelo.
- Flip 2025: confira a programação completa da festa literária em Paraty
- Na abertura da Flip: Paraty tem ruas do centro alagadas. Na véspera, ‘Veneza brasileira’ teve até pessoas andando de caiaque pelos ‘canais’
A Academia Brasileira de Cinema realizou na noite desta quarta-feira (30) a premiação anteriormente conhecida como Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e que celebra anualmente o melhor do cinema nacional. Como era de se esperar, o drama nacional dirigido por Walter Salles foi o grande vencedor da noite ao conquistar 13 dos 16 prêmios possíveis, incluindo melhor filme, direção, atriz, para Fernanda Torres, e ator, para Selton Mello.
— Foram sete anos para chegar até aqui. E valeu a pena — comemorou Walter Salles.
Já Fernanda Torres relembrou a trajetória ao redor do mundo com o filme ao receber o troféu de melhor atriz:
— “Ainda estou aqui” começou no Rio de Janeiro e sinto que dei uma volta ao mundo para chegar até aqui. Estou muito feliz de ir ora casa com um Grande Otelo.
As únicas derrotas de “Ainda estou aqui” na noite vieram nas categorias de melhor atriz coadjuvante e melhor ator coadjuvante. Juliana Carneiro da Cunha, por “Malu”, e Ricardo Teodoro, por “Baby”. “Malu”, por sua vez, foi o segundo filme mais premiado da noite com três prêmios Grande Otelo — conquistou ainda os troféus de melhor roteiro original e melhor primeira direção para Pedro Freire.
A premiação realizada na Cidade das Artes Bibi Ferreira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, contou com apresentação das atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz.
— O tema de hoje é celebrar o sucesso do cinema brasileiro no mundo — anunciou Paz ao dar início à cerimônia.
Após breve fala de Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, subiu ao palco da Cidade das Artes para anunciar que o Prêmio Grande Otelo permanecerá no calendário oficial da cidade. Ele celebrou ainda o cinema produzido no Rio, que, em 2024, “foi responsável por 90% da audiência do cinema brasileiro”.
Ao longo da noite, foram celebrados pioneiros do cinema brasileiro no cenário internacional, como Carmen Miranda, Glauber Rocha e Cacá Diegues. A cantora Duda Brack subiu ao palco para apresentar versões de “O que que a baiana tem”, de Dorival Caymmi, e “Bye bye Brasil”, de Chico Buarque.
Revelando o que seria o tom da noite, “Ainda estou aqui” iniciou a cerimônia dominando a premiação. O longa recebeu os oito primeiros prêmios da noite: melhor trilha sonora, melhor figurino, melhor maquiagem, melhor direção de arte, melhor som, melhores efeitos especiais, melhor direção de fotografia e melhor montagem.
— Está uma noite sensacional para nós que fizemos “Ainda estou aqui”. Paciência, gente — brincou a produtora associada Daniela Thomas, arrancando risos da plateia, ao receber o prêmio de melhor montagem.
O domínio de “Ainda estou aqui” sofreu um intervalo durante as apresentações das categorias de documentários.
— Temos que agradecer a Xangô por não estar concorrendo com “Ainda estou aqui” — riu o diretor Sérgio Machado ao receber o troféu de melhor documentário por “3 obás de Xangô”.
Em um dos momentos mais tocantes da noite, o momento “in memoriam” lembrou grandes nomes da cultura brasileira que faleceram no último ano. Agnaldo Rayol, Ary Toledo, Dorinha Duval, Edu Star, Emiliano Queiroz, Francisco Cuoco, Jean-Claude Bernadet, Lúcia Alves, Nana Caymmi, Ney Latorraca, Preta Gil, Sebastião Salgado, Sérgio Mendes, Vladimir Carvalho, Zita Carvalhosa e Cacá Diegues foram lembrados diante de muitos aplausos.
“Senna” foi o grande destaque entre as séries premiadas. A produção comandada por Vicente Amorim conquistou os prêmios de melhor série de ficção e melhor ator, para Gabriel Leone. Adriana Esteves foi escolhida a melhor atriz em série por “Os outros”.
Confira a lista completa de vencedores:
- “Ainda estou aqui”
- “Baby”
- “Kasa branca”
- “Malu”
- “Motel destino”
Melhor longa de documentário
- “3 obás de Xangô”
- “Assexybilidade”
- “Fernanda Young — Foge-me ao controle”
- “Luiz Melodia — No coração do Brasil”
- “Milton Bituca Nascimento”
- “Othelo, o grande”
Melhor longa de animação
- “Abá e sua banda”
- “Arca de Noé”
- “O sonho de Clarice”
- “Placa mãe”
- “Teca e Tuti: Uma noite na biblioteca”
- “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”
- “Princesa Adormecida”
- “Tudo por um pop star 2”
Melhor longa ibero-americano
- “El jockey” (Argentina)
- “Estimados señores” (Colômbia)
- “Grande Tour” (Portugal)
- “La infiltrada” (Espanha)
- “Sujo” (México)
- Andrucha Waddington, “Vitória”
- Érico Rassi, “Oeste outra vez”
- Karim Aïnouz, “Motel Destino”
- Marcelo Caetano, “Baby”
- Walter Salles, “Ainda estou aqui”
Melhor primeira direção de longa
- Alessandra Dorgan, “Luiz Melodia — No coração do Brasil”
- Dira Paes, “Pasárgada”
- João Cândido Zacharias, “A herança”
- Lucas H. Rossi dos Santos, “Othelo, o grande”
- Pedro Freire, “Malu”
- Andrea Beltrão, “Avenida Beira-Mar”
- Dira Paes, “Pasárgada”
- Fernanda Torres, “Ainda estou aqui”
- Grace Passô, “O dia que te conheci”
- Yara de Novaes, “Malu”
- Ângelo Antônio, “Oeste outra vez”
- Caio Blat, “Grande sertão”
- Fabio Assunção, “Motel Destino”
- João Pedro Mariano, “Baby”
- Matheus Nachtergaele, “O auto da Compadecida 2”
- Selton Mello, “Ainda estou aqui”
- Bárbara Luz, “Ainda estou aqui”
- Carol Duarte, “Malu”
- Juliana Carneiro da Cunha, “Malu”
- Linn da Quebrada, “Vitória”
- Valentina Herszage, “Ainda estou aqui”
- Antonio Pitanga, “Oeste outra vez”
- Átila Bee, “Malu”
- Babu Santana, “Oeste outra vez”
- Humberto Carrão, “Ainda estou aqui”
- Ricardo Teodoro, “Baby”
Melhor direção de fotografia
- Adrian Teijido, “Ainda estou aqui”
- André Cavalheira, “Oeste outra vez”
- Gustavo Hadba, “Grande sertão”
- Gustavo Hadba, “O auto da Compadecida 2”
- Hélène Louvart, “Motel Destino”
- Joana Luz e Pedro Sotero, “Baby”
- Mauro Pinheiro Jr., “Malu”
- André Novais Oliveira, “O dia que te conheci”
- Érico Rassi, “Oeste outra vez”
- Luciano Vidigal, “Kasa branca”
- Marcelo Caetano e Gabriel Domingues, “Baby”
- Pedro Freire, “Malu”
- Bia Lessa, ” O diabo na rua no meio do redemunho”
- Guel Arraes e Jorge Furtado, “Grande sertão”
- Marcelo Gomes, Maria Camargo e Gustavo Campos, “Retrato de um certo oriente”
- Murilo Hauser e Heitor Lorega”, “Ainda estou aqui”
- Sérgio Machado, “Arca de Noé”
- Camila Moussallem, “As polacas”
- Carlos Conti, “Ainda estou aqui”
- Carol Tanajura, “Oeste outra vez”
- Elsa Romero, “Malu”
- Marcos Pedroso, “Motel Destino”
- Aline Canella, “A batalha da rua Maria Antônia”
- Cao Albuquerque e Diana Leste, “Grande Sertão”
- Claudia Kopke, “Ainda estou aqui”
- Emilia Duncan, “O auto da Compadecida 2”
- Gabriela Campos, “Baby”
- Kika Lopes e Ananda Frazão, “Motel Destino”
- Ana Pieroni, “Oeste outra vez”
- Marcos Freire, “Malu”
- Marisa Amenta, “Ainda estou aqui”
- Rosemary Paiva, “Grande sertão”
- Rosemary Paiva, “O auto da Compadecida 2”
- Affonso Gonçalves, “Ainda estou aqui”
- André Finotti, “3 obás de Xangô”
- Cristina Amaral, “Cidade; campo”
- Fabian Remy, “Baby”
- Fabio Jordão, “O auto da Compadecida 2”
- Marilia Moraes, “Malu”
- Ailton Piuí e João Paulo Geraldo, “Retrato de um certo oriente”
- Claudio Peralta, “Ainda estou aqui
- Claudio Peralta, “O auto da Compadecida 2”
- Claudio Peralta, “Vitória”
- Eduardo Schaal, Guilherme Ramalho e Hugo Gurgel, “Grande sertão”
- Guilherme Ramalho, Hugo Gurgel e François Puren, “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”
- “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”
- “Arca de Noé”
- “Meu sangue ferve por você”
- “Vitória”
- “Ainda estou aqui”
- “Malu”
- “Motel Destino”
- “Motel Destino”
- “O clube das mulheres de negócios”
- “A batalha da rua Maria Antônia”
- “Vitória”
- “Grande sertão”
- “Oeste outra vez”
- “Ainda estou aqui”
Melhor série brasileira de ficção
- “Cidade de Deus: A luta não para”
- “Impuros”
- “Os outros”
- “Os quatro da Candelária”
- “Senna”
Melhor série brasileira de documentário
- “Bateau Mouche — O naufrágio da justiça”
- “Falas negras”
- “Maníaco do parque — A história não contada”
- “Romário — O cara”
- “Viva o cinema! Uma história da Mostra de São Paulo”
Melhor série de animação
- “Astronauta”
- “Cosmo, o cosmonauta”
- “Gildo”
- “Irmão do Jorel”
- “Lino — Meu pai é fera”
- “O show da Luna!”
- “Vovó Tatá”
- Adriana Esteves, “Os outros”
- Alice Wegmann, “Rensga hits”
- Andréia Horta, “Cidade de Deus: A luta não para”
- Letícia Colin, “Os outros”
- Roberta Rodrigues, “Cidade de Deus: A luta não para”
- Andrei Marques, “Os quatro da Candelária”
- Eduardo Sterblitch, “Os outros”
- Gabriel Leone, “Dom”
- Gabriel Leone, “Senna”
- Matheus Nachtergaele, “Chabadabadá”
- “E seu corpo é belo”
- “Helena de Guaratiba”
- “O lado de fora fica aqui dentro”
- “Quando aqui”
- “Zagêro”
Melhor curta de documentário
- “A noite das garrafadas”
- “Eu fui assistente do Eduardo Coutinho”
- “Mar de dentro”
- “Vento dourado”
- “Você”
- “Vollúpya”
Melhor curta de animação
- “A menina e o pote”
- “Eu e o boi, o boi e eu”
- “Eu sou um pastor alemão”
- “Hoje eu só volto amanhã”
- “Menino monstro”