LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um estudo inédito no Brasil revela que a mistura genética influencia o risco de câncer colorretal.
  • A pesquisa analisou quase duas mil pessoas e identificou quatro variações no DNA relacionadas ao câncer.
  • A ancestralidade é um fator crucial, com diferentes proporções de herança africana e asiática afetando o risco.
  • O estudo destaca a necessidade de programas de rastreamento mais eficazes e diagnósticos precoces para a doença.

Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7

O DNA brasileiro revela segredos sobre o câncer de intestino Imagem Gerada por AI

Um estudo inédito feito no Brasil mostrou que nossa mistura genética pode influenciar o risco de câncer colorretal, o segundo mais comum entre homens e mulheres no país. A pesquisa foi conduzida pelo Hospital de Amor em Barretos e publicada na revista científica JCO Global Oncology.

Foram analisadas quase duas mil pessoas de diferentes regiões brasileiras, entre pacientes com a doença e controles saudáveis. Os cientistas avaliaram variações no DNA conhecidas por afetar o risco de câncer em outras populações. Quatro delas se destacaram, duas ligadas a maior probabilidade de desenvolver o tumor e duas associadas a efeito protetor.

Os pesquisadores também descobriram que a ancestralidade faz diferença. Pessoas com menor proporção de herança africana ou asiática apresentaram risco maior, enquanto aqueles com uma parcela intermediária dessas origens tiveram efeito protetor.

Isso sugere que a miscigenação, marca registrada do povo brasileiro, pode em alguns casos oferecer uma espécie de escudo natural contra a doença.

O estudo ainda traçou o retrato dos pacientes. A maioria tinha mais de 50 anos e era formada por homens. Um terço dos tumores estava localizado no cólon proximal, outro terço no cólon distal e o restante no reto.

Mais da metade dos casos foi diagnosticada em estágios intermediários e avançados e quase 40 por cento dos pacientes já tinham falecido por causa da doença no momento do levantamento.

Esses números reforçam a urgência de investir em programas de rastreamento mais eficazes e diagnósticos precoces.

Até hoje a maior parte das pesquisas genéticas sobre câncer foi feita em europeus, o que pode aumentar desigualdades em saúde. Este trabalho brasileiro, o maior já realizado no país nessa área, ajuda a corrigir essa lacuna e abre caminho para estratégias de prevenção e rastreamento adaptadas à realidade da nossa população.

O estudo foi financiado pela FAPESP.

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