Uma nova biofábrica em Campinas (SP) promete dar um passo decisivo no enfrentamento da dengue, zika e chikungunya. Projetada pela Oxitec, a unidade é capaz de gerar semanalmente até 190 milhões de mosquitos com a bactéria Wolbachia, tecnologia que bloqueia a transmissão dos vírus. A inauguração oficial ocorreu nesta quinta, mas o início da produção aguarda a liberação da Anvisa.
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O que são os mosquitos com Wolbachia?
A Wolbachia é uma bactéria já presente em 60% dos insetos da natureza. Quando inserida no Aedes aegypti, ela bloqueia a replicação do vírus da dengue dentro do mosquito. Ou seja: mesmo se picar alguém, o inseto não transmite a doença.
O método, conhecido como substituição populacional, já faz parte do Programa Nacional de Combate à Dengue e está em uso em 11 cidades brasileiras.
Em Campinas, a fábrica vai produzir caixinhas com ovos do mosquito do bem. Basta adicionar água para que os ovos eclodam, evoluam até a fase adulta e se espalhem pelo ambiente. Cada caixinha tem autonomia de 28 dias e pode proteger uma área de até 5 mil metros quadrados.
Apesar da capacidade pronta para operação, a produção depende do aval regulatório. A Anvisa informou que o tema está em análise e será tratado como prioridade diante do cenário epidemiológico.
De acordo com a Oxitec, o processo é seguro, não tóxico e já validado em diversos países. A ideia é que as caixinhas sejam distribuídas não só no Brasil, mas também para o exterior.