Não é habitual, mas pode acontecer! Estamos a falar de um piloto oficial de um fabricante num campeonato de motociclismo poder estar a trabalhar em simultâneo por outro fabricante, noutro campeonato. E neste caso falamos de Miguel Oliveira, que depois de confirmar oficialmente a ida para o Mundial Superbike com a BMW Motorrad, ainda tem ‘porta aberta’ para permanecer no MotoGP em 2026.
Num volte-face confirmado pelo próprio piloto durante as entrevistas realizadas no arranque do Grande Prémio da Indonésia este fim de semana no circuito de Mandalika – clique aqui para os horários completos , poderemos vir a ter Miguel Oliveira a tempo inteiro no Mundial SBK em 2026 aos comandos da M 1000 RR da equipa de fábrica ROKiT BMW Motorrad WorldSBK, e em simultâneo assinar com a Aprilia Racing para integrar a equipa de testes da casa de Noale no MotoGP!
Uma situação verdadeiramente inusitada nos tempos mais recentes, mas não impossível, como explicamos mais à frente neste artigo.
Mas o que não passava de uma teoria ou especulação, passou a ser mais do que isso a partir do momento em que Miguel Oliveira assumiu publicamente essa hipótese.
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Em conversa com os repórteres oficiais do MotoGP durante o programa de antevisão do Grande Prémio da Indonésia, o MotoGP Gear Up, o piloto português começou por abordar a sua mudança e contrato com a BMW Motorrad Motorsport para a próxima temporada nas Superbike, mas não fugiu à pergunta mais interessante e inesperada (veja o vídeo aqui e a resposta aos 15m24s do vídeo): A Aprilia está interessada em ficar com o Miguel como piloto de testes, e isso está completamente fora de hipótese agora que assinou pela BMW Motorrad?
“Sim, exatamente, é por isso que ainda não quero dizer um adeus porque existe essa pequena, talvez remota hipótese, mas quem sabe o que será possível em termos de calendário. Penso que é uma grande melhoria para mim como piloto ainda ficar em contacto com a moto de GP, penso que isso poderá decididamente ajudar-me a manter a forma para o Mundial Superbike, mesmo sendo uma moto diferente, mas tem muitas ferramentas e habilidades que podemos desenvolver para a temporada em curso e tirar benefícios disso. Por isso, sim, quem sabe”.
Miguel Oliveira assume assim que existe uma possibilidade de trabalhar em dois campeonatos diferentes ao mesmo tempo, e por fabricantes diferentes. Essa possibilidade, como o próprio refere, é remota.
Mas existe e não está totalmente descartada a sua permanência no MotoGP como piloto de testes da Aprilia Racing, até para ajudar a marca italiana no desenvolvimento do protótipo de 2027, para a estreia das novas regras e novos pneus Pirelli.
Miguel Oliveira quando competiu com uma Aprilia da Trackhouse Racing em MotoGP
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E como se não bastassem as declarações públicas de Miguel Oliveira sobre esta incrível possibilidade que deixaram os fãs em ‘alerta’, esta sexta-feira, durante o Treino Livre 1 de MotoGP do Grande Prémio da Indonésia, foi a vez de Davide Brivio, diretor de equipa da Trackhouse Racing e que trabalhou com o português enquanto o #88 esteve na equipa satélite da Aprilia, a abordar o assunto e a colocar mais ‘lenha na fogueira’.
Em declarações concedidas à transmissão oficial do MotoGP, Davide Brivio diz que “Claro, trabalhámos com o Miguel, ele tem muitos conhecimentos e experiência, e também é um piloto muito sensível. Ele vai ser um bom piloto de testes desse ponto de vista, por isso ficarei contente se ele se conseguir juntar à Aprilia. Mas não sei se eles (Miguel e Aprilia) estão a falar ou não, isto é algo que está a ser tratado pela Aprilia Racing”.
Veremos agora como irá evoluir esta situação pouco habitual de um piloto oficial de um fabricante poder trabalhar como piloto de outro fabricante, ainda que em campeonatos diferentes.
Curiosamente, nos tempos mais recentes aconteceu uma situação semelhante e que envolveu precisamente a BMW Motorrad e um piloto português. Nesse caso, Ivo Lopes.
Bicampeão espanhol de Superbike no ESBK aos comandos de uma M 1000 RR, em 2024 Ivo Lopes foi contactado pela MIE Honda Racing Team do Mundial Superbike para substituir um piloto lesionado. Apesar de ser piloto da marca de Munique, a BMW Motorrad não ‘cortou’ o sonho de Ivo Lopes que teve então a oportunidade de competir no mundial aos comandos de uma Honda CBR1000RR-R Fireblade durante algumas rondas sendo ele um piloto da BMW Motorrad.
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