Antes das cerimónias oficiais, o principado já havia divulgado nas redes sociais os três retratos do futuro chefe de Estado. As obras foram criadas por três artistas: o pintor luxemburguês Roland Schauls, a retratista britânica Louise Pragnell (que pintou também o retrato da Grã-duquesa) e Andrew Gow, que ainda não concluiu o trabalho. Os quadros são agora parte da coleção oficial do Palácio Grão-Ducal, onde serão exibidos, enquanto um dos retratos de Guillaume será exposto no salão plenário da Câmara.
Este sábado, dia 4 de outubro, o Grão-duque percorre o país acompanhado da mulher, a prestar homenagens à diversidade, ao talento e à solidariedade do grão-ducado. A viagem começa logo pela manhã em Grevenmacher, onde se vai reunir com atletas, voluntários e promotores do desporto. A segunda paragem é em Wiltz, onde os dois participam num evento cultural e um espetáculo musical. Depois, o casal segue para Steinfort, onde deve visitar hospitais e cumprimentar médicos, enfermeiros e pacientes. A seguir, vão para Dudelange, onde assistem a um espetáculo coreográfico. O dia termina na capital, onde o casal deve caminhar entre um balé multicor e um espetáculo de orquestra, no meio dos cidadãos, bailarinos e músicos, e também assistir a um espetáculo de drones. No domingo, dia 5, um ato solene na catedral de Notre-Dame, presidido pelo cardeal Jean-Claude Hollerich, com o hino Te Deum, encerra o fim de semana que assinala a passagem de testemunho de Henri ao filho Guillaume.
Henri, o sexto Grão-duque da monarquia moderna do Luxemburgo, abdica ao trono aos 70 anos e segue assim uma tradição que começou com a avó, Charlotte, a Grã-duquesa inesperada que durante o roteiro do seu exílio na II Guerra Mundial passou por Portugal. Depois de ter reinado em conflito e em paz começou a preparar a transição da coroa para o filho, o príncipe Jean. No Luxemburgo isto começa com a passagem de poder para o lugar-tenente do Grão-duque, um representante do soberano que deve ser “um príncipe ou princesa com relação sanguínea” com ele, que deve viver no grão-ducado e que tem de fazer “um juramento de respeito pela Constituição antes de estar apto a exercer os seus poderes”, segundo explica o site da casa real. Houve seis lugar-tenentes na história do grão-ducado, ou seja, seis situações em que alguém assumiu as funções de representante com o soberano ainda vivo. As três nomeações mais recentes, o atual, o antigo Grão-duque e o pai, aconteceram porque o antecessor estava já a preparar a sua abdicação. A Grã-duquesa Charlotte nomeou o príncipe Jean a 28 de abril de 1961 e viria a abdicar a 12 de novembro de 1964. Este, por seu lado, nomeou o filho, o príncipe Henri, a 3 de março de 1998 e abdicou a 7 de outubro de 2000. A cerimónia desta sexta-feira, 3 de outubro, entra assim para a história da tradição de abdicação luxemburguesa: Henri nomeou o filho a 8 de outubro de 2024 e abdicou quase um ano depois.
Marcelo Rebelo de Sousa já saudou a entronização do grão-duque, a quem desejou êxito e endereçou “calorosas felicitações”, numa nota publicada do site oficial da Presidência da República. O presidente agradece ao chefe de Estado cessante “o seu contributo decisivo para o fortalecimento das relações entre Portugal e o Luxemburgo e, em particular, para a valorização da expressiva comunidade portuguesa no Grão-Ducado”. Na mesma nota, “o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa transmite ainda a sua profunda gratidão e elevado apreço por Sua Alteza Real o Grão-Duque Henrique”, que elogia pelo “reinado marcado pela sua dedicação ao serviço do povo luxemburguês”.
Notícia atualizada às 14h27 com felicitações do Presidente Marcelo.