Um email do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia mencionou o relato de outro detido, que disse que Thunberg foi “forçada a segurar bandeiras enquanto tiravam fotos”

Greta Thunberg diz estar a ser tratada de forma dura por Israel, de acordo com mensagens trocadas entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia e a entourage da ativista vistas pelo jornal The Guardian.

Segundo a publicação britânica, Thunberg diz que tem pouca comida e água disponíveis e que a sua cela está “infestada de percevejos”

“A embaixada conseguiu encontrar-se com Greta. Ela informou que estava desidratada. Recebeu quantidades insuficientes de água e comida. Também afirmou que tinha desenvolvido erupções cutâneas, que suspeita terem sido causadas por percevejos. Falou de maus-tratos e disse que tinha ficado sentada durante longos períodos em superfícies duras”, pode ler-se num dos emails do ministério para as pessoas próximas à ativista.

O email refere também um relato de outro detido por Israel, que mencionou que Thunberg foi “forçada a segurar bandeiras enquanto tiravam fotos. Ela perguntou se as imagens dela tinham sido distribuídas”.

A Flotilha Global Sumud foi intercetada pelos israelitas quando se aproximava da costa da Faixa de Gaza, onde Israel conduz uma ofensiva devastadora em retaliação por um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 7 de outubro de 2023.

Centenas de ativistas a bordo destes barcos foram detidos pelas forças israelitas e aguardavam a deportação.

A Turquia anunciou que 36 dos seus cidadãos regressariam a casa na tarde deste sábado a bordo de um voo especial.

Na sexta-feira, Israel já tinha expulsado quatro ativistas italianos.

A flotilha partiu no mês passado, levando políticos e ativistas, incluindo quatro portugueses – a atriz Sofia Aparício, a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e Diogo Chaves. No total, 437 pessoas foram detidas

Descrevendo-se como “pacífica”, a flotilha afirmou que queria “romper o bloqueio de Gaza” e prestar “ajuda humanitária a uma população sitiada que enfrenta a fome e o genocídio”.

A marinha israelita começou a intercetar barcos na quarta-feira, e uma autoridade israelita disse na quinta-feira que barcos que transportavam mais de 400 pessoas foram impedidos de chegar ao território palestiniano.