Como parte de uma tradição cultural em muitas partes do mundo, especialmente no estilo de vida mediterrâneo, muitas pessoas acompanham as suas refeições com cerveja ou vinho.

Em Portugal, por exemplo, em 2023, 75% da população portuguesa entre 15 e 74 anos revelou já ter consumido álcool pelo menos uma vez na vida. Nos últimos 12 meses, 62% consumiram bebidas alcoólicas, e 55% nos últimos 30 dias. Mais: 30% dos portugueses consomem vinho de forma regular (diária ou quase diária), seguido por 12% que consomem cerveja e 2% que consomem bebidas destiladas.

De acordo com a publicação ‘El Economista’, no país vizinho beberam-se uma média de 52,8 litros de cerveja por pessoa em 2024, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Aliás, é considerada a bebida alcoólica mais popular em Espanha, de acordo com diversos estudos de consumo. Já o consumo per capita em Portugal, e 2023, foi de uma média de 60 litros de cerveja por pessoa.

Já o consumo aparente de vinho na Espanha permaneceu estável em relação ao ano anterior até julho de 2025, em 9,75 milhões de hectolitros, de acordo com informações fornecidas pelo INFOVI, analisadas pela Interprofissional Espanhola de Vinhos (OIVE).

O que coloca uma questão: o que é mais saudável: uma cerveja ou uma taça de vinho?

“Nenhum dos dois. Durante anos, disse-se que uma taça de vinho tinto por dia fazia bem ao coração, devido aos supostos benefícios dos polifenóis. No entanto, pesquisas mais recentes mostraram que não existe uma quantidade segura de álcool, nem para o coração, nem para o cérebro, nem para o risco de cancro”, revelou a cardiologista Magdalena Perelló, citada pelo jornal espanhol.

“Nem o vinho pelos seus supostos polifenóis, nem a cerveja por ser mais natural. O suposto benefício do vinho veio de pessoas que levam estilos de vida mais saudáveis, não do álcool em si”, reforçou o jornal espanhol, lembrando que o consumo moderado pode aumentar o risco de hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca. Isso tem gerado alguma controvérsia nas redes sociais, especialmente entre adolescentes e pessoas de meia-idade.

“A cerveja é melhor? Bem, a cerveja sem álcool tem uma coisa melhor: não contém etanol. E isso a torna muito menos prejudicial do que a versão alcoólica; algumas até contêm polifenóis que podem ter um certo efeito antioxidante. Mas cuidado, não é um superalimento nem uma bebida saudável para o coração”, esclareceu a especialista.

E ainda é uma bebida processada, com calorias vazias e, em muitos casos, açúcares adicionados. Na sua opinião, é uma bebida boa para consumo único ou ocasional, mas não deve se tornar um hábito diário. “A melhor opção para proteger o coração é água ou chás de ervas”, concluiu.