Não há mal que dure para sempre. Os sinais já estavam a ser dados, o 0-0 com o Famalicão comprovou o crescimento organizacional do Rio Ave e o duelo de ontem com o Tondela quebrou o enguiço. À oitava foi de vez e o Rio Ave logrou, finalmente, a primeira vitória nesta Liga. E sem espinha alguma.

No regresso aos Arcos, onde já deixaram fugir vantagens, os vilacondenses conseguiram aliar o controlo defensivo do jogo ao discernimento ofensivo e contaram com os suspeitos do costume: Clayton e André Luiz, que com um golo e assistência cada não deixaram fugir os três pontos, nem uma vitória iniciada com tento do croata Spikic, iluminando os Arcos com o primeiro triunfo de 2025/26.

O jogo começou frenético, os primeiros 10′ registaram oportunidades para os dois lados, com Vrousai (4′ e 10′) e Pedro Maranhão (5′) nas hostilidades e com Bernardo Fontes a brilhar nesse par de ocasiões da equipa da casa. Mas a partir desse período o Tondela afrouxou ofensivamente, passou mais de 20 minutos sem visar a baliza de Miszta e o Rio Ave foi crescendo e encontrando os caminhos para agitar o último reduto dos beirões, pelo que foi com naturalidade que o golo surgiu aos 25′, com Clayton a fugir pela direita e a servir Spikic para o 1-0.

O Tondela reagiu, mas borrou a pintura perto do descanso, quando Brayan Medina e Bernardo Fontes se atrapalharam e deixaram a bola sobrar para André Luiz, que com a baliza vazia fez o 2-0, garantindo vantagem (ainda mais) preciosa antes do descanso.

Ivo Vieira mexeu ao intervalo, introduziu Rémy Vita e Hugo Félix, e Sotiris Sylaidopoulos foi forçado a prescindir de Spikic, devido a problemas físicos, lançando Olinho no jogo.

O Tondela voltou a entrar bem, quis alugar o meio-campo do Rio Ave, mas não materializou o ascendente territorial e acabou por sofrer o golpe final aos 73′, com André Luiz e Clayton a combinarem pelo flanco direito para o último desferir remate indefensável, de ângulo apertado, no interior da área dos beirões, fazendo o sexto golo desta temporada.

O jogo acabou aí praticamente, mas reservou final acidentado em termos disciplinares, com Clayton e Brayan Medina a verem o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho aos 89′ e 90+2′, deixando as duas equipas reduzidas a dez unidades nos instantes finais da partida.

Melhor em campo: André Luiz (8)

O brasileiro anda endiabrado e foi um dos principais dínamos ofensivos do Rio Ave (com a companhia de Vrousai, que fez primeiros 45′ muito bons), explorando bem a ala direita nas transições e ajudando às dinâmicas no último terço. Esteve nos três golos. Fez o 2-0 aos 42′, após atrapalhação defensiva do Tondela, e acabou por combinar com Clayton para este fazer o 3-0 aos 73′, matando a contenda.

A figura: Pedro Maranhão (6)

Entrou com gás, fez dois remates nos primeiros cinco minutos, o segundo desviado e a rasar o poste direito de Miszta, e foi mostrando ser um dos tondelenses mais inconformados à medida que o Rio Ave foi construindo a vantagem. Até com pontapé acrobático tentou marcar e foram várias as tentativas para visar a baliza, mas faltou pontaria, discernimento e sangue frio a finalizar.

«Já era sem tempo. A vitória foi muito importante por muitas razões, não apenas pelos três pontos, mas pela exibição da equipa. Sabemos os jogadores que temos, precisamos de tempo. Foi muito importante manter a baliza a zeros, mas ainda temos de encontrar o equilíbrio certo a defender. Temos de ser pacientes como até agora», afirmou Sotiris Silaydopoulos na zona de entrevistas rápidas da Sport TV.

«Foram os erros que nos penalizaram. Não entrámos tão bem na 1.ª parte como temos feito. Tivemos muita bola no último terço, mas muitas perdas no meio-campo, o Rio Ave explorou esses momentos e fez dois golos um pouco consentidos. Marca no único lance ofensivo da 2.ª parte e tira-nos do jogo. Foi mais eficaz e fez três golos», analisou Ivo Vieira.

Miszta (6), Petrasso (6), Brabec (6), Panzo (6), Vrousai (7), Aguilera (6), Ntoi (6), Athanasiou (5), André Luiz (8), Clayton (7), Spikic (6), Olinho (6), Liavas (5), Nikitscher (5), Eric Moreira (5) e João Graça (-).

Bernardo Fontes (5), Bebeto (5), Brayan Medina (4), Christian Marques (5), Tiago Manso (4), Yaya Sithole (5), Juan Rodríguez (4), Pedro Maranhão (6), Rony Lopes (5), Ivan Cavaleiro (5), Jordan Siebatcheu (5), Rémy Vita (6), Hugo Félix (6), Yefrei Rodríguez (5), Yarlen (5) e Moudjatovic (5).