O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, disse neste domingo que seu homólogo russo, Sergei Lavrov, manifestou “total apoio e solidariedade” a Caracas num telefonema entre os dois após os ataques dos EUA a barcos perto do território do país.
A Rússia também afirmou estar empenhada na “preservação da América Latina e das Caraíbas como uma zona de paz”, disse Gil numa mensagem publicada no Telegram.
As declarações surgem na sequência de uma série de ataques dos EUA a embarcações nas Caraíbas, perto da Venezuela, que Washington alegou estarem a transportar drogas. Quatro pessoas morreram num ataque na sexta-feira, o que suscitou críticas de Moscovo.
No entanto, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ressalvou “ter todas as autorizações necessárias” para os ataques, já que os navios, de acordo com o responsável, transportavam drogas, pertencendo a “organizações terroristas estrangeiras”.
As alegações de Hegseth vão ao encontro das declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, que disse ao Congresso na semana passada que havia determinado que os EUA estavam “num conflito armado não internacional” com cartéis de drogas. No entanto, nem Hegseth nem Trump forneceram provas de que os barcos visados transportavam drogas.
Os críticos dizem que os ataques às embarcações são mais um esforço de Trump para testar o alcance dos seus poderes presidenciais e especialistas em direito questionaram por que razão os militares estão a levar a cabo estes ataques em vez da Guarda Costeira dos EUA, a agência de direito marítimo do país.
“Se estão no nosso hemisfério, se estão nas Caraíbas, se estão a norte da Venezuela e querem traficar drogas para os Estados Unidos, são um alvo legítimo dos militares dos Estados Unidos”, disse Hegseth.
Já Trump disse neste domingo que o reforço militar dos EUA nas Caraíbas tinha travado o tráfico da América do Sul. “Não há drogas a entrar na água. E veremos qual é a fase dois”, disse aos repórteres na Casa Branca.