Enquanto diretor da Rádio Pax, não posso deixar passar em branco a nota enviada pelo sr. Mário Cavaco (na foto) ex-militar da Força Aérea Portuguesa, candidato do Chega à Câmara de Serpa e, por agora, membro da Comissão Política Distrital de Beja do mesmo partido. Num momento de evidente falta de clareza, Mário Cavaco acusa a Rádio Pax de praticar “jornalismo panfletário” e de “amplificar falsidades” relativamente à situação da Santa Casa da Misericórdia de Serpa. Permita-me um aparte: o Chega, através de David Catita e António Carneiro, tem tido espaço de antena na Rádio Pax, com todo o direito e com o respeito que lhes é devido. Assim, quando nos acusa de “amplificar falsidades”, espero sinceramente que essa acusação não se estenda inadvertidamente aos seus próprios companheiros de partido.
Mas voltando ao assunto, vamos aos factos: retroativos salariais por actualizar, subsídio de Natal de 2024 e o subsídio de férias de 2025 em atraso. Não é opinião, não é ideologia — é realidade. E quando a Rádio Pax dá voz a quem sofre as consequências desta situação, está a cumprir a sua função. Chama-se jornalismo. Talvez o incomode. Acredito que sim, mas a verdade tem esse efeito.
Acusa-nos de “falta de contraditório”? Pois bem: a Senhora Provedora da Misericórdia de Serpa teve todas as oportunidades para se pronunciar. A Rádio Pax telefonou, insistiu, aguardou. O silêncio não é nosso — é dela. E a própria Provedora sabe disso, uma vez que, apenas ontem, conversámos e esclarecemos diversos pontos que, em breve, terão o devido destaque na Rádio Pax.
Relativamente às insinuações sobre sindicatos “trotskistas-marxistas” e “teatros políticos”, tenho a minha opinião, mas é um tema que só a mim compete. O que não aceitamos são lições de moral de quem parece acreditar que gritar “CHEGA” paga subsídios de férias ou resolve dívidas. Se alguém está a tentar transformar esta crise social num palco para propaganda partidária, esse alguém é o senhor Cavaco — e certamente não a Rádio Pax.
O nosso dever é claro: investigar, questionar, expor. Não nos calamos perante tentativas de intimidação, nem aceitamos que nos ditem o que é ou não notícia. Enquanto houver retroativos salariais por pagar ou subsídios de Natal e de férias em atraso e promessas por cumprir, vamos continuar a dar voz a quem não a tem.
E se isso incomoda, em particular, o senhor Mário Cavaco, então temos uma boa notícia: a Rádio Pax está exatamente onde deve estar — do lado da verdade, não da demagogia.
Na Rádio Pax, não gritamos slogans — damos notícias. E a verdade não se cala
António Lúcio