A Apple está muito atrás das rivais no campo da Inteligência Artificial. Não que isso afete as vendas do iPhone, que como se pode ver pelo sucesso da nova gama iPhone 17, não é de todo um problema para a gigante Norte-Americana.

Mas, ainda assim, é inegável que as vozes a dizer que a Apple ficou para trás na corrida da Inteligência Artificial estão cada vez mais audíveis. A dizer que perdeu o comboio. Que está lenta, desatenta, e sem visão. Mas… e se tudo isto for parte do plano? E se, mais uma vez, a Apple estiver a fazer o que sempre faz?

Estamos a falar da velha técnica de deixar os outros testar o terreno, cometer erros, e só então chegar com uma versão refinada e funcional? Seria interessante, mas não sei se é assim tão verdade.

Apple Intelligence: um arranque (muito) atrapalhado

A estreia da Apple Intelligence em 2024 não foi brilhante. Uma situação que não tem vindo a melhorar com os esforços da Google (Pixel), Samsung (Galaxy S), e Xiaomi.

Inteligência Artificial Apple, apple intelligence vai chegar ainda mais atrasada ao iphone 16!

O lançamento prometia uma série de novas funções de IA, como emojis dinâmicos, edição de imagem, resumos inteligentes, assistentes de escrita e uma Siri mais inteligente. Mas as duas funções mais promissoras, as ações em apps e a consciência de contexto pessoal, ficaram pelo caminho.

Isto foi o suficiente para criar a perceção de que a Apple estava (e continua) perdida.

Chegaram as críticas, as piadas e até um processo judicial, com utilizadores a acusarem a empresa de ter vendido funcionalidades que ainda não existiam. Mas o cenário mudou. Em 2025, Tim Cook garantiu que a Siri personalizada está quase pronta e que as funções em falta devem chegar em 2026.

A estratégia silenciosa da Apple?

Por mais que pareça inércia, há método nesta demora.

iPhone

A Apple sempre preferiu entrar tarde, mas bem. Foi assim com os ecrãs OLED, com o 5G e até com os pagamentos móveis. Agora, aplica a mesma lógica à IA: deixa os outros tropeçar para depois chegar quando o mercado já percebe o que realmente funciona.

Aqui pode existir alguma razão. Visto que, nos bastidores, a empresa está longe de estar parada:

  • Assinou parceria com a OpenAI para integrar modelos de linguagem no ecossistema Apple Intelligence.
  • Comprou startups como a TrueMeeting e a WhyLabs para reforçar a experiência interna em IA.
  • Criou o conceito de Private Apple Intelligence, onde o processamento é feito no próprio dispositivo sempre que possível, mantendo os dados do utilizador encriptados e privados.
  • Desenvolveu o seu modelo de IA de 3 mil milhões de parâmetros, otimizado para iPhones e iPads.
  • Abriu os seus modelos internos a programadores, através do novo Foundational Models Framework, para integrar IA entre apps de forma fluida.

Em suma, a Apple não está parada a aguardar pelas parceiras. Está de facto a fazer alguma coisa.

A velha história da tartaruga e do coelho?

Enquanto o mundo da tecnologia corria, e de facto continua a correr atrás do hype dos chatbots e dos modelos generativos cheios de erros e “alucinações”, a Apple manteve o passo firme.

A OpenAI pode assim ser o coelho, rápido e impulsivo, isto enquanto a Apple passa por tartaruga, paciente e metódica.

O que significa isto? A Apple não quer aparecer super forte na IA em 2025. Quer dominar em 2026 e adiante. Quer estar presente quando a IA estiver realmente integrada, e for de facto algo obrigatório para os consumidores.