Montenegro garante que Governo fez tudo para repatriar ativistas

Em Vieira do Minho, também em campanha, o líder do PSD e primeiro-ministro, foi questionado sobre as expressões utilizadas pelo líder do Chega e do CDS-PP para classificar a receção no aeroporto dos ativistas, tendo recusado entrar nesse tipo de considerações. 

“Nós, na democracia, temos de respeitar as opiniões de todos. É consabido que, da minha parte, com a líder do Bloco de Esquerda, a Mariana Mortágua, há muitas divergências, mas isso não significa que nós não tenhamos as nossas responsabilidades e não tenhamos que acompanhar os portugueses, sejam eles quem forem, respeitando a manifestação da sua opinião, da sua expressão, e sobretudo dando-lhe o tratamento que é devido a qualquer compatriota”, disse Luís Montenegro, defendendo ser que todos se “saibam respeitar uns aos outros e que não haja extremismo na forma como se expõem as ideias e as opiniões”.

Dizendo que não gostou de ver a estação do Rossio, em Lisboa, “ser invadida” numa manifestação no sábado, Montenegro garantiu que o Governo fez tudo aquilo que estava ao seu alcance, para que os portugueses pudessem ser repatriados o mais rápido possível, num “clima de normalidade e tranquilidade”. “E creio que foi isso que aconteceu”, disse.

Comentando as expressões usadas por Nuno Melo, o porta-voz do Livre recomendou “mais tento” e “menos traulitada” e defendeu que a campanha eleitoral “não justifica tudo”.

“A campanha não justifica tudo, a gente sabe que isto é um bocadinho a natureza de Nuno Melo, mas quer dizer, ele é ministro, devia ter mais tento e menos traulitada, quer dizer, é o que eu aconselharia”, recomendou Rui Tavares, à margem de uma ação de campanha para as autárquicas, em Vila Nova de Gaia.

O porta-voz do Livre considerou que nos últimos tempos, Nuno Melo “tem tido uma prestação que não está ao nível do que se espera de um ministro da Defesa, de um Governo, na situação internacional que nós temos”.

Ao lado de Rui Tavares, Marisa Matias, dirigente do Bloco de Esquerda, manifestou repúdio pelas palavras de Nuno Melo, tendo equacionado se este tem condições para ser ministro da Defesa. “Ter um ministro da Defesa numa posição tão sensível, que parece nem sequer representar as posições do Governo, eu pergunto-me se tem condições para ser ministro da Defesa? E parece-me que não. Nós não podemos ter numa pasta tão sensível alguém que não tem sequer a sensibilidade de perceber as suas funções e o que é esperado das suas funções”,

No Porto, na tradicional arruada na Rua de Santa Catarina, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo saudou a chegada dos portugueses que integraram a flotilha, considerando que é necessário que a mobilização da sociedade portuguesa continue.

“Há três aspetos fundamentais que são precisos resolver de imediato: o cessar-fogo e o fim do genocídio, o reconhecimento dos direitos nacionais do povo da Palestina e a entrada imediata de ajuda humanitária”, disse, defendendo que o Governo português tem “de fazer tudo para que isso se conquiste e não andar enrolado atrás das agendas dos outros que não são as agendas do povo português”.

José Luís Carneiro, líder do PS, evitou o tema. “Felizmente as pessoas tiveram a salvaguarda do Estado, a segurança do Estado, já chegaram bem a Portugal, fico satisfeito por terem chegado bem de saúde”, comentou.

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