Apesar de ter aderido à União Europeia em 2024, a Hungria é ainda um dos 27 que usa a sua própria moeda, o forint húngaro. De acordo com Bruxelas, Budapeste está em processo de adesão ao euro, dado que não cumpre vários critérios – inflação, dívida pública e independência do banco nacional – para já usar o euro. No entanto, de acordo com o primeiro-ministro Viktor Orbán, mesmo que cumprisse os requisitos, a Hungria não iria aderir à moeda única.
Em entrevista ao jornal económico húngaro ‘Economx’, o líder do Governo húngaro explicou que a UE “está a desintegrar-se”, pelo que a Hungria não deve “amarrar o seu destino” ao bloco. “A Hungria não deve amarrar o seu destino à União Europeia mais do que está agora e a adoção do euro seria a ligação mais estreita possível”, apontou.
Além da Hungria, também Roménia, Rep. Checa, Polónia, Bulgária, Dinamarca e Suécia. No entanto, a Bulgária, que já reuniu todas as condições, vai oficialmente adotar o euro a partir de 1 de janeiro. A Dinamarca, por outro lado, tem uma cláusula de exclusão.
Orbán, no poder desde 2010, é um dos principais críticos da UE e um dos que mais tenta bloquear decisões de Bruxelas, nomeadamente ao nível da política externa. Nos últimos anos, a UE tem respondido às reformas contra o Estado de direito na Hungria com a suspensão de fundos de milhares de milhões de euros
Esta posição de Orbán surge numa altura em que o seu rival político, Péter Magyar, está a fazer campanha (haverá eleições legislativas na primavera de 2026, com data a definir) com a promessa de descongelar os fundos comunitários suspensos e de aproximar uma das economias mais pobres da UE da adoção do euro.