O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou que a Alemanha poderá vir a boicotar o festival da Eurovisão caso Israel seja impedido de participar no concurso.
Em entrevista à ARD, a televisão pública alemã, Merz foi questionado sobre se a Alemanha se retiraria voluntariamente do festival caso o estado de Israel seja banido. “É uma decisão que apoio”, disse. “É um escândalo que isto esteja sequer a ser discutido, Israel tem o direito de participar”.
A Alemanha, recorde-se, pertence ao grupo dos chamados Big Five – os cinco países que mais contribuem para o financiamento da Eurovisão -, ao lado de França, Itália, Espanha e Reino Unido. A França já anunciou a sua participação no concurso, ao passo que Espanha vai boicotar a Eurovisão caso Israel participe.
Ao lado de Espanha estão nações como os Países Baixos, República da Irlanda, Islândia e Eslovénia. Portugal ainda não confirmou a sua participação no festival. A televisão pública espanhola revelou que Portugal vai boicotar a Eurovisão caso Israel participe, mas a RTP nega. Segundo a RTP, a notícia que dá conta do boicote português “é falsa”. A televisão pública “estranha” ainda “a sua divulgação, dado não ter sido contactada pela televisão espanhola, nem ter tomado qualquer posição sobre este tema”.
Em novembro, os membros da União Europeia de Radiodifusão irão discutir, via online, a participação ou exclusão do estado de Israel da edição de 2026 do festival da Eurovisão, que se realiza na Áustria.
A presença de Israel na Eurovisão, no contexto da guerra em Gaza, tem gerado polémica – sobretudo considerando que a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022, foi prontamente banida do concurso. Figuras como Salvador Sobral, vencedor em 2017, apelaram à exclusão de Israel do festival.