Deste total anormalmente elevado, 40 drones foram abatidos sobre a Península da Crimeia, na Ucrânia, anexada pela Rússia em 2014, 62 sobre o Mar Negro e cinco sobre o Mar de Azov, informou o Ministério russo da Defesa.
O Ministério russo da Defesa publicou os números na aplicação de mensagens Telegram, mas não havia informações oficiais sobre possíveis danos. O Ministério apenas reporta o número de drones destruídos.
Já os canais de notícias ucranianos no Telegram noticiaram que um grande incêndio foi provocado por um ataque a um depósito de petróleo em Feodosia, na costa da Crimeia, no Mar Negro. Um tanque de combustível no depósito explodiu como resultado do ataque, avançou o RBK-Ucrânia.

Na região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, um ataque das forças de Kiev danificou infraestruturas energéticas, interrompendo o fornecimento de energia a milhares de clientes.

Apesar de os serviços de emergência terem restabelecido a energia a cerca de 34 mil consumidores na manhã desta segunda-feira, cerca de 5.400 em 24 áreas municipais ainda estavam sem eletricidade, informou o governador Vyacheslav Gladkov na aplicação Telegram.

Belgorod e outras regiões adjacentes à Ucrânia têm enfrentado bombardeamentos transfronteiriços e ataques persistentes de drones, à medida que a guerra desencadeada por Moscovo contra Kiev em 2022 se espalha para solo russo, interrompendo a vida civil e danificando infraestruturas críticas.

A refinaria de petróleo de Tuapse, controlada pela Rosneft, na região de Krasnodar, no sul da Rússia, foi outro dos alvos dos drones ucranianos durante a noite, provocando um incêndio num edifício da equipa de segurança, que foi rapidamente desativado, revelaram as autoridades regionais.

No domingo, a Rússia lançou o maior ataque, desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, contra a região de Lviv, que faz fronteira com a Polónia, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional da Ucrânia, Maksim Kozitskí.

Cerca de 140 drones e 23 mísseis foram direcionados Lviv e o ataque obrigou a Polónia e os seus aliados da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a ativarem o seu alerta máximo e os sistemas de defesa e de reconhecimento.

Avanço russo abrandou em setembro
Desde o início da sua ofensiva em fevereiro de 2022, a Rússia tem lançado drones e mísseis contra a Ucrânia quase diariamente, que responde regularmente com ataques ao território russo.

Kiev tem como principal alvo a infraestrutura energética russa, mas os seus ataques limitam-se geralmente a algumas dezenas de drones.

Por sua vez, Moscovo intensificou os seus ataques à rede elétrica
ucraniana nos últimos dias, aumentando os receios de uma campanha que
visa mergulhar o país na escuridão com o aproximar do inverno, como
ocorreu em 2024.

No final de setembro, Moscovo exercia um controlo total ou parcial sobre 19 por cento do território ucraniano, segundo uma análise da AFP com fornecidos pelo Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), sediado nos EUA, que trabalha com o Projeto Ameaças Críticas (CTP).

Cerca de sete por cento, incluindo a Crimeia e partes do Donbass, já estavam sob controlo antes do início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Embora os esforços diplomáticos de Donald Trump para pôr fim ao conflito tenham estagnado durante o verão, o avanço do exército russo voltou a abrandar em setembro.



Conquistou 447 quilómetros quadrados aos ucranianos, acentuando a desaceleração iniciada em agosto (594 km²) após um pico em julho (634 km²).


c/ agências