O preço da alimentação continua a ser uma das maiores preocupações das famílias portuguesas. O mesmo cabaz de produtos essenciais pode custar mais 40 Euros dependendo do supermercado onde se faz compras. Em tempos de inflação e orçamentos apertados, escolher bem o sítio onde encher o carrinho é quase tão importante como escolher os próprios produtos. Para além disso se começares a fazer já estas mudanças chegas ao Natal com muito mais dinheiro para comprar as prendas e ainda consegues poupar.

Supermercados em choque: é neste que é mais barato comprar

De acordo com a DECO PROteste, o cabaz de 63 produtos essenciais que inclui arroz, massas, fruta, legumes, carne, peixe, óleo e laticínios custava em média 241,97 € na semana de 24 de setembro a 1 de outubro de 2025. Trata-se de uma ligeira descida de 0,20% face à semana anterior, mas ainda muito acima do que se pagava em 2023.

E há aumentos que assustam: só os brócolos subiram 39% desde janeiro, atingindo em média 3,87 €/kg. O azeite, outro produto fundamental nas cozinhas portuguesas, teve semanas em que ultrapassou os 10 € por garrafa de 3L, segundo o mesmo acompanhamento da DECO.

Os melhores dias da semana para usar o teu cartão de supermercado

Quem lidera (e quem perde)

No ranking anual de preços 2024 da DECO PROteste, relativo ao canal online, a liderança foi clara: Continente e Pingo Doce empataram como os mais baratos. Logo a seguir surgem Auchan e Froiz, enquanto a 360Hyper aparece no fundo da tabela, com preços médios mais elevados.

Neste caso a DECO sublinhou que este ranking se refere apenas ao canal online. Nas lojas físicas a realidade pode variar de região para região e de semana para semana.

E em 2025?

Usando o comparador da DECO PROteste em 2025 para os produtos principais de um cabaz, é possível ver uma tendência de preços mais baixos no Continente e no Pingo Doce, embora as diferenças variem consoante a região e as promoções semanais.

E entre o Pingo Doce e o Continente existe diferença?

Não há uma diferença significativa entre Continente e Pingo Doce. Dependendo do produto e da semana, um pode sair ligeiramente mais barato que o outro.

E agora? Quanto podes poupar na prática

Um cabaz mensal de 250 € pode custar menos de 242 € nos supermercados mais baratos, mas ultrapassar os 280 € nos mais caros. Isto significa uma diferença de cerca de 40 € por mês. No fim de um ano, são quase 480 € de poupança. Ou seja, o equivalente a pagar uma fatura de eletricidade, um seguro automóvel ou parte das despesas escolares de uma família.

O erro ao pesar fruta no supermercado que te faz pagar mais

Usando o comparador da DECO conseguimos ver uma tendência de preços mais baratos no Continente e Pingo Doce.

Porque é que há tanta diferença?

Segundo a DECO PROteste, as variações de preços entre supermercados não são obra do acaso. Uma das principais razões está nos produtos frescos, que são altamente sazonais: basta uma quebra de produção ou condições meteorológicas adversas para que frutas e legumes subam de preço de forma abrupta. O mercado internacional também pesa bastante, sobretudo em produtos como os cereais e o café, que dependem de colheitas e exportações globais e acabam por se refletir diretamente nas prateleiras portuguesas.

Há ainda o fator das estratégias comerciais. Muitos supermercados reduzem agressivamente o preço de produtos “âncora”, como o leite ou o azeite, para criar a perceção de que são mais baratos. Mas essa diferença acaba frequentemente compensada com aumentos noutros itens do cabaz. O mesmo acontece com os cartões de fidelização: dão descontos e vales, mas muitas vezes mascaram preços base mais altos, criando apenas a ilusão de poupança.

Por fim, há que considerar a questão regional. Os custos de logística e distribuição variam de norte a sul do país, o que significa que o mesmo produto pode ser significativamente mais caro em Lisboa do que no Porto ou no Algarve.

Como escolher onde comprar

A DECO PROteste recomenda o uso da sua ferramenta interativa por distrito e concelho, que permite simular o cabaz e ver onde é mais barato comprar na tua área em tempo real. Além disso, vale a pena planear as compras com antecedência, evitar promoções “isco” e até dividir as compras: frescos em discount, mercearia pesada nos hipermercados com preços consistentes.

Os dados da DECO PROteste não deixam margem para dúvidas: neste momento, o cabaz médio de 63 produtos custa cerca de 242 €, mas escolher mal o supermercado pode custar até mais 40 € todos os meses.

E aqui está a conta que dói: se começares a poupar 40 € por mês a partir de outubro, quando chegares ao Natal terás mais 120 € no bolso. Dinheiro suficiente para reforçar a ceia, comprar presentes ou até pagar uma das muitas despesas extra típicas de dezembro.

Em resumo: não é só o que colocas no carrinho que faz diferença. Ou seja, é também o supermercado onde decides encher o carrinho.