Miguel A. Lopes / Lusa

CDU apresenta João Ferreira como candidato à Câmara de Lisboa

Candidato da CDU em Lisboa fala em “falta de estofo”. Maior evento da comitiva de Alexandra Leitão focou-se em críticas aos comunistas.

João Ferreira costuma deslocar-se na sua bicicleta mas, nesta segunda-feira, andou de transportes públicos em Lisboa. Nomeadamente de autocarro e de metro.

O candidato da CDU à Câmara Municipal de Lisboa aproveitou a viagem para criticar o projecto de linha circular do metro: “Vai quebrar a ligação que hoje têm ao centro da cidade largas dezenas de milhares de lisboetas e outros tantos que vêm de concelhos limítrofes”.

“O que hoje é uma viagem directa para o centro da cidade passa a ser quebrada com o funcionamento da linha circular e passa a haver a necessidade de um transbordo onde hoje não existe”, explicou.

Em conversa com os jornalistas, o candidato deixou um exemplo: quem quiser ir de Telheiras para o centro de Lisboa vai passar a ter de mudar de linha no Campo Grande.

E também há questões de segurança, avisa: “As obras que foram feitas impõem raios de curvatura e declives que são diferentes do que as carruagens actuais são concebidas para enfrentar”.

Moedas e Leitão

No mesmo evento de campanha, João Ferreira lamentou na TSF a falta de confronto directo com os principais candidatos à presidência da autarquia: Carlos Moedas e Alexandra Leitão.

“Ontem à noite estiveram os dois num espaço de televisão onde, não estando eu – porque não fui convidado para estar -, acabei por ser tema de conversa. Hoje, quando podiam falar directamente comigo, os dois fugiram ao debate“, lamentou.

O candidato da CDU falava do programa de domingo na SIC, onde Moedas e Leitão foram questionados por Ricardo Araújo Pereira sobre a ausência do PCP da coligação à esquerda; e também falava sobre a ausência dos dois no debate realizado na manhã seguinte, na Antena 1, que juntou os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.

Nesse debate na rádio, a jornalista Natália Carvalho explicou a ausência dos dois: Carlos Moedas avisou só iria participar num debate na rádio (escolheu outra estação) e Alexandra Leitão lembra que já participou em cinco debates na televisão, por isso as suas propostas já foram explicadas.

“Eu percebo que uma campanha eleitoral é exigente, os debates são exigentes, mas quem não tem estofo para uma campanha e debates exigentes mais dificilmente terá estofo para as exigências de uma governação da cidade durante quatro anos”, atirou o candidato da CDU.

Foco: PCP

Entretanto, também nesta segunda-feira, realizou-se o maior evento da campanha de Alexandra Leitão.

Foi no Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso (Areeiro) e o foco de PS, Livre, BE e PAN foi novamente o PCP, ou a CDU.

Recorde-se que os comunistas preferiram ficar fora desta coligação de esquerda, tal como é tradição no PCP em autárquicas.

E, por isso, o PCP foi o alvo de quase todos os intervenientes neste evento da coligação de esquerda, resume o Observador.

António Vitorino (PS) foi o primeiro: “Vamos perguntar aos que não se juntaram como é que se sentiriam na noite de domingo se a dispersão de votos abrisse porta à ‘apagada e vil tristeza’ da continuidade. Como se sentiriam se essa continuidade abrisse a influência desmedida dos destinos de Lisboa à direita radical que é contra a democracia, contra a liberdade e contra o poder local?”.

Rui Tavares (Livre), também sem dizer “PCP” ou “CDU”, falou sobre quem ficou fora do “eléctrico da responsabilidade”.

Marisa Matias (BE) lembrou que já houve outras coligações à esquerda que resultaram, sublinhando o caso de Jorge Sampaio em 1989, também em Lisboa – a coligação juntou na altura PS, PCP, MDP, PEV, UDP e PSR. E venceu Marcelo Rebelou de Sousa.

José Luís Carneiro, quase a fechar, também falou: quem não está na coligação “foi porque não quis estar”, ou “não se podem desperdiçar votos”, avisou o líder do PS.

Alexandra Leitão disse que os partidos que entraram na coligação são os que “souberam colocar Lisboa acima de todos os interesses”.


Nuno Teixeira da Silva, ZAP //


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