Enquanto a Porsche luta para manter a liderança no segmento premium na China, a Xiaomi parece decidida em tomar rapidamente o seu lugar.

Na China, as marcas domésticas já batem aos pontos as marcas europeias nos segmentos de classe média. Se outrora a Volkswagen podia gabar-se de ser a marca mais vendida no país, atualmente a dinâmica mudou. Os construtores chineses vieram recuperar o que consideram ser o seu lugar no mercado. Entre estas marcas está a Xiaomi, que pretende conquistar o segmento premium, desafiando construtores europeus como a Porsche, que dominam esta faixa de mercado há vários anos.

No mês passado, a empresa chinesa anunciou um serviço que permitirá aos clientes personalizarem o SU7 Ultra — desde a pintura aos acabamentos especiais — por cerca de 100 mil yuan (aproximadamente 12 mil euros à taxa de câmbio atual). O preço base deste modelo na China é de 529 900 yuan (63,7 mil euros).

O objetivo da Xiaomi é atrair clientes que valorizam exclusividade, desempenho e personalização — atributos normalmente associados a marcas de luxo. O SU7 Ultra tem sido frequentemente comparado ao Porsche Taycan, embora custe sensivelmente metade do preço. 529 900 yuan contra 918 mil yuan, o equivalente a 110,4 mil euros.

Recorde-se que a Porsche também dispõe do seu serviço de personalização, o Exclusive Manufaktur, responsável por gerar cerca de 5,6 mil milhões de euros em vendas e 2,5 mil milhões de euros em lucros. Além da marca alemã, também a Lamborghini e a Bentley são conhecidas pelas suas opções de personalização.

Desafios da Porsche na China

Atualmente, a Porsche enfrenta desafios significativos no mercado chinês, onde as vendas dos seus modelos elétricos, como o Taycan, têm mostrado sinais de enfraquecimento. Em causa está a forte concorrência local e a sua rápida evolução nos veículos elétricos, tecnologicamente mais avançados e com um preço mais acessível.

Porsche Taycan 4 - 3/4 de frente© Porsche Ainda que as vendas continuem a registar uma descida, o Porsche Taycan continua a ser um dos modelos mais procurados da marca alemã no mercado chinês.

Marcas como a Xiaomi, a BYD e a NIO conquistam cada vez mais consumidores jovens e atentos aos avanços tecnológicos do setor. Das suas gamas já fazem parte modelos elétricos com preços competitivos e com níveis de personalização que se aproximam do luxo europeu.

Esta nova realidade obriga a Porsche a repensar a sua estratégia no país e a reforçar serviços como os de personalização e conectividade.

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