Uma inovação desenvolvida por cientistas na China promete revolucionar a forma como os edifícios produzem eletricidade. Em breve, as janelas das nossas casas e escritórios poderão tornar-se fontes de eletricidade limpa, sem qualquer alteração visual.
Como funciona este revestimento solar invisível?
Uma equipa de investigadores da Universidade de Nanjing desenvolveu um revestimento transparente e incolor à base de cristais líquidos que pode ser aplicado diretamente sobre o vidro. Esta abordagem inovadora transforma janelas comuns em discretos geradores de eletricidade limpa, mantendo intacta a sua aparência e claridade.
Segundo um relatório do Interesting Engineering, a tecnologia recorre a múltiplas camadas de cristais líquidos colestéricos para direcionar a luz solar para as extremidades do vidro. Nessas extremidades, pequenas células fotovoltaicas são responsáveis por capturar e armazenar essa energia.
Ao contrário dos tradicionais painéis solares de telhado, que exigem uma instalação separada e ocupam espaço considerável, este método pode ser implementado como uma simples modernização de estruturas já existentes.
O revestimento é capaz de recolher até 38,1% da energia luminosa e, quando aplicado a uma janela com cerca de dois metros de largura, consegue concentrar a luz solar até 50 vezes a sua intensidade normal.
Vantagens desta geração de eletricidade para as cidades e para o ambiente
Ao transformar uma superfície tão comum como o vidro num gerador de eletricidade, esta tecnologia poderá ajudar grandes edifícios públicos e arranha-céus a compensar uma parte significativa dos seus custos energéticos, sem necessidade de grandes investimentos em infraestruturas solares. Isto traduz-se em faturas de eletricidade mais baixas.
Os investigadores afirmam que a tecnologia pode reduzir o espaço ocupado pelas células fotovoltaicas convencionais em até 75%. Com esta otimização, a integração da energia solar torna-se mais barata e prática para cidades, empresas e proprietários, promovendo uma maior independência das redes públicas de energia e menos perturbações durante falhas de fornecimento.
Adicionalmente, esta solução contribui para diminuir a dependência de fontes de energia poluentes, como o petróleo e o gás, que estão na origem da poluição atmosférica e do aquecimento global.
O design do CUSC (Cholesteric liquid crystal-based ubiquitous solar concentrator) é um passo em frente na integração da tecnologia solar no ambiente construído sem sacrificar a estética.
Representa uma estratégia prática e escalável para a redução de carbono e para a autossuficiência energética.
Afirmou o autor correspondente do estudo, Dr. Wei Hu, professor na Universidade de Nanjing.
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