
A Sala de Situação Estadual de Enfrentamento às Arboviroses divulgou, na semana passada, o Alerta nº 01/2025 (acesse aqui), com dados sobre a situação epidemiológica das arboviroses urbanas, Dengue, Chikungunya e Zika, no Estado de São Paulo. O boletim reúne informações referentes às semanas epidemiológicas de 01 a 37 de 2025, revelando um cenário preocupante, especialmente em relação à Dengue.
De acordo com o relatório, o Estado contabilizou 844.175 casos confirmados de Dengue em 2025, além de 1.082 óbitos provocados pela doença. Foram ainda registrados 6.984 casos de Chikungunya e 3 casos de Zika, números que reforçam a necessidade de vigilância contínua, mesmo em períodos do ano que tradicionalmente apresentam menor incidência.
“Esse quadro indica a necessidade dos municípios manterem a intensificação das estratégias de controle do Aedes Aegypti, mosquito transmissor dessas arboviroses, principalmente nas regiões que demonstraram permanência da transmissão de Dengue e Chikungunya pelo vetor, apesar de se estar no período ano, que em geral, costuma apresentar menores taxas de ocorrência das três arboviroses”, afirma Lídia Tobias, assessora técnica do COSEMS/SP.
Dengue: aumento em várias regiões do Estado
Embora os dados indiquem uma ampla disseminação da Dengue em todo o território paulista, a distribuição dos casos não ocorre de forma homogênea. No segundo semestre de 2025, foi observado aumento da incidência em diversas Regiões de Saúde, com destaque para Alta Sorocabana, São José do Rio Preto, Consórcios do DRS II, Votuporanga, Bauru, Litoral Norte, Norte de Barretos e Extremo Oeste Paulista.
Outras regiões, como Assis, Coração do DRS III, Três Colinas, Adamantina e Pontal do Paranapanema, também registraram elevação no coeficiente de incidência, demonstrando a necessidade de reforço nas ações de vigilância, prevenção e controle do vetor Aedes aegypti.
A Sala de Situação alerta que a persistência da transmissão mesmo fora do período de maior sazonalidade, que costuma ocorrer nos primeiros meses do ano, é um indicativo de que o vírus mantém circulação ativa em diversas localidades.
Chikungunya: Tupã lidera incidência no Estado
No caso da Chikungunya, o boletim aponta que a Região de Tupã apresentou o maior coeficiente de incidência no Estado de São Paulo. Também foram observados aumentos expressivos nas Regiões de Saúde Consórcio do DRS II, Litoral Norte, Baixada Santista, Central do DRS II e Pontal do Paranapanema.
Apesar do número de casos ser menor que o da Dengue, o alerta destaca que a manutenção da circulação viral da Chikungunya representa um desafio adicional para os serviços de saúde, especialmente em áreas que historicamente apresentavam baixa incidência.
Zika: casos isolados, mas sob monitoramento
Em relação ao vírus Zika, o Estado registrou três casos confirmados até a 37ª semana epidemiológica de 2025. Embora o número seja reduzido, as autoridades de saúde reforçam a importância do monitoramento constante, considerando o potencial de reemergência da doença e seus riscos associados, sobretudo para gestantes.
O Alerta nº 01/2025 reforça que os municípios paulistas devem manter e intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti, transmissor comum das três doenças, com ênfase em eliminação de criadouros, vigilância entomológica, campanhas educativas e mobilização comunitária.
Mesmo em meses tradicionalmente mais secos, quando há tendência de redução dos casos, a permanência de transmissão ativa em várias regiões indica que o combate ao mosquito precisa ser contínuo e integrado entre os níveis municipal, regional e estadual.