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O homem acusado do ataque antissemita a uma sinagoga em Heaton Park, norte de Manchester, foi descrito por uma das suas mulheres como “intimidante, agressivo e controlador”, mas sem quaisquer sinais de extremismo antes do ataque mortal, revelou a própria ao The Guardian.

Casados numa cerimónia islâmica em 2021, a mulher de 38 anos afirmou que Shamie, de 35 anos, passava grande parte do tempo “colado ao telemóvel” a acompanhar canais de notícias árabes, mas nunca demonstrou estar no caminho do terrorismo. Durante o ataque, que ocorreu no Yom Kippur da semana passada, Shamie terá ligado para o 999 e declarado lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico, embora não estivesse sob vigilância das autoridades antiterrorismo.

A mulher considerou que Shamie estava “a viver uma mentira com a sua religião” e que, ao longo de três anos de relação turbulenta, nunca aparentou estar radicalizado. “Não diria que tinha a mentalidade de um terrorista pelo que sei dele – mas, ao mesmo tempo, a forma como era agressivo e manipulador é significativa”, afirmou.

Nascido na Síria, mas residente no Reino Unido desde criança, Shamie levava uma vida complexa e cada vez mais caótica antes de atacar a sinagoga, provocando a morte de duas pessoas. À altura do ataque, o suspeito estava em liberdade condicional devido a uma alegada acusação de violação e mantinha simultaneamente casamentos islâmicos com três mulheres em diferentes cidades do norte de Inglaterra, tendo filhos com uma delas.

A mulher descreveu como Shamie controlava e manipulava a sua vida, criticando-a por beber bebidas energéticas, incentivando-a a ir à mesquita, a ler o Alcorão e a rezar com ele, e recusando pedidos de divórcio. Apesar disso, garantiu que ele parecia ser um muçulmano praticante “normal” e raramente mencionava o ataque de Israel à Faixa de Gaza, que as autoridades estão a investigar como possível motivo do ataque.

A mulher questionou ainda se Shamie era terrorista desde o início ou se estaria a pedir ajuda, ponderando se a sua ação terá sido resultado de uma vida desordenada, múltiplos relacionamentos e problemas legais pendentes.

O jornal britânico frisou ainda que, no início deste ano, a polícia se deslocou à residência de Shamie em Prestwich, norte de Manchester, devido a preocupações de salvaguarda. Vivendo com a mãe, uma das mulheres e dois filhos, Shamie terá afirmado aos vizinhos que a mulher tinha saído e que não a deixaria ver as crianças.

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