O Governo de Israel aprovou o cessar-fogo com o Hamas esta sexta-feira, 10 de Outubro, dando mais um passo na direcção do fim da ofensiva militar em Gaza. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos anunciaram que vão enviar 200 militares para Gaza para apoiar o processo de cessar-fogo.
O acordo foi aprovado na madrugada desta sexta-feira pelo Governo israelita, cerca de 24 horas depois do anúncio de um acordo para libertar reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos, na primeira fase da iniciativa negocial do Presidente norte-americano, Donald Trump, para pôr fim à guerra de dois anos em Gaza.
“O governo aprovou agora o plano para a libertação de todos os reféns — os vivos e os mortos”, anunciou o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu através da conta no X, antigo Twitter.
Um porta-voz do governo israelita afirmou que o cessar-fogo entraria em vigor dentro de 24 horas após a aprovação do acordo pelo Governo. Após esse período de 24 horas, os reféns mantidos em Gaza seriam libertados dentro de uma janela temporal até 72 horas. Não se sabe ao certo quantos reféns estão mortos, mas acredita-se que 20 reféns israelitas ainda estejam vivos em Gaza; 26 são considerados mortos e o destino de dois é desconhecido.
Fontes do Hamas afirmam que recuperar os corpos dos reféns mortos, que se acredita serem cerca de 28, dos escombros de Gaza, demorará “mais tempo”. O grupo islamista também disse que já entregou as listas de reféns e de prisioneiros palestinianos mantidos por Israel que gostava que fossem libertados, mas as duas partes ainda não chegaram a acordo sobre a lista final dos 1950 palestinianos que podem vir a ser libertados em troca dos reféns. Cerca de 250 são pessoas condenadas à pena perpétua e outras 1700 são presos na sequência do atentado de 7 de Outubro de 2023.
Assim que o acordo entrar em vigor, alimentos e ajuda médica serão autorizados a entrar em Gaza para ajudar os civis, centenas de milhares dos quais estão abrigados em tendas depois de as forças israelitas destruírem cidades inteiras. O chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, que participou nas negociações para o cessar-fogo, disse que recebeu garantias dos Estados Unidos e de outros mediadores de que a guerra tinha mesmo acabado.
Os Estados Unidos também anunciaram, na noite desta quinta-feira, o envio de 200 soldados para Gaza, numa espécie de task force conjunta do processo de paz, avançou a agência Reuters. Esta unidade não será composta por militares norte-americanos, mas sim representantes das forças armadas egípcias, do Qatar, da Turquia e, provavelmente, dos Emirados Árabes Unidos.
Citando autoridades norte-americanas que pediram anonimato, a AP adianta que o centro de coordenação civil-militar a estabelecer pelo Comando Central dos Estados Unidos em Israel ajudará a facilitar o fluxo de ajuda humanitária, bem como assistência logística e de segurança para o território devastado por dois anos de guerra.
E Donald Trump confirmou, entretanto, que está prevista para domingo a sua partida para o Médio Oriente, no quadro do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de Gaza. “Os reféns regressarão a Israel na segunda ou terça-feira. Provavelmente estarei lá. Espero estar lá. Estamos a planear partir no domingo, e estou desejoso disso”, disse o Presidente aos jornalistas na Casa Branca, ao receber o Presidente finlandês, Alexander Stubb. Trump garantiu que “ninguém será forçado a sair de Gaza, muito pelo contrário” no âmbito do seu plano de paz.