O presidente da câmara de Kiev revelou que as forças russas atacaram “infraestruturas críticas” e 12 pessoas ficaram feridas, das quais oito foram transportadas para o hospital. Vitali Klitschko acrescentou que os cortes de energia e as interrupções no fornecimento de água atingiram os bairros na margem leste do rio Dnipro, que atravessa a cidade.”A capital do país está sob ataque de mísseis balísticos inimigos e um ataque em massa de drones de ataque inimigos”, afirmou a Força Aérea Ucraniana, pedindo à população de Kiev que permaneça nos abrigos.

Cerca de 28 mil famílias permaneciam sem eletricidade até a manhã desta sexta-feira na região de Kiev, transmitiu o governador Mykola Kalashnyk. As instalações críticas e de infraestruturas sociais dependiam de geradores para obter energia, acrescentou.

Tymur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, afirmou que os bombeiros controlaram um incêndio provocado por um drone. As chamas consumiram apartamentos nos sexto e sétimo andares de um prédio alto no bairro central de Pecherskyi.Ataques a infraestruturas energéticas

O ataque maciço de Moscovo desta sexta-feira contra a Ucrânia, teve também como alvo instalações energéticas, o que levou a cortes de eletricidade e gás nas regiões de Kiev (norte), Zaporizhzhia (sudeste) e Dnipropetrovsk (centro), segundo as autoridades ucranianas.As regiões afetadas pelo ataque foram Kiev, Donetsk,
Chenigiv, Cherkasy, Kharkiv, Sumi, Poltava, Odessa, Dnipropetrovsk,
Zaporizhzhia, Kirovohrad e Kherson.

Segundo a empresa privada de energia DTEK, “uma parte da capital” está sem eletricidade devido aos danos causados pelo ataque russo à infraestrutura energética. 

A empresa pública de gás de Zaporizhia indicou, nas redes sociais, que os danos causados pelo ataque às infraestruturas de gás na capital regional obrigaram-na a limitar temporariamente o fornecimento de gás natural.Na cidade de Zaporizhia, drones e mísseis
danificaram 12 edifícios de apartamentos, matando um rapaz de sete anos e
ferindo quatro pessoas, informou o governador regional.


O presidente ucraniano avançou que a Rússia usou mais de 450 drones e 30 mísseis em ataques a infraestruturas energéticas.

Já a ministra da Energia, Svitlana Grynchuk, disse que as forças russas estavam a “impor um ataque maciço” à rede elétrica.

Os especialistas em energia estão a tomar todas as medidas necessárias para minimizar as consequências negativas“, acrescentou.

Segundo a governante, “assim que as condições de segurança o permitirem, os especialistas em energia começarão a esclarecer as consequências do ataque e a realizar os trabalhos de restauro.”

Por seu lado, o governador de Dnipropetrovsk comunicou ataques russos ao sistema energético da capital regional, Dnipro, e das cidades de Kamiansk e Krivi Rig. Em Dnipropetrovsk, os russos utilizaram drones e mísseis. 

Moscovo intensificou os ataques aéreos contra instalações energéticas e sistemas ferroviários ucranianos nas últimas semanas, refletindo campanhas semelhantes lançadas nos três Invernos anteriores, que deixaram a população sem aquecimento a temperaturas gélidas.

Volodymyr Zelensky pediu, novamente, aos países aliados da Ucrânia para adotarem medidas concretas face ao ataque russo desta sexta-feira contra instalações de energia ucranianas.

Zelensky disse que são necessárias ações decisivas por parte dos Estados Unidos, da Europa e do G7 no sentido do envio de sistemas de defesa aérea e a adoção de sanções contra a Rússia, em vez de medidas meramente cosméticas, para travar a campanha de ataques russos.

O presidente ucraniano apelou à Europa, aos Estados Unidos e a todo o G7 — que reúne as sete democracias mais industrializadas do mundo — para que forneçam à Ucrânia mais sistemas de defesa aérea e garantam o cumprimento das sanções em vigor contra a Rússia.


Zelensky pediu ainda ao G20 — que inclui também potências como a República Popular da China — para “uma resposta contra a brutalidade” da Rússia e criticou alguns dos membros do organismo por falarem de paz sem adotarem medidas concretas.


c/ agências