Rui Costa, Villas-Boas e Frederico Varandas, presidentes de Benfica, FC Porto e Sporting

Rui Costa, Villas-Boas e Frederico Varandas, presidentes de Benfica, FC Porto e Sporting

Rui Costa, Villas-Boas e Frederico Varandas, presidentes de Benfica, FC Porto e Sporting

À falta de bom futebol, ou de confiança de que o que as suas equipas praticam lhes seja suficiente para garantir as vitórias, em inequívoco reconhecimento de que a influência das arbitragens poderá sobrepor-se, os presidentes dos três grandes, mais do que uma simples marcação de posição, pressionam e tentam, sem dúvida, coagir o processo de arbitragem

Definitivamente, abriu a caça ao Calimero nos três grandes do futebol português.

Após o presidente do Benfica, Rui Costa, ter aberto as hostilidades ao afirmar que «acha» que o Sporting está a ser «beneficiado pelas arbitragens» neste início de temporada e frisar que o seu clube está a «sentir-se prejudicado», referindo ainda «não saber se o Sporting controla ou não as instituições do futebol», e do seu homólogo Frederico Varandas ter-se insurgido sobre essas declarações, três dias depois, dizendo que «o presidente da Federação é benfiquista (…) «e o presidente da Liga (…), que lhe disseram «ser pessoa séria, profissional e íntegra, e que também é benfiquista», foi a vez do líder do FC Porto, André Villas-Boas entrar na liça, com tanta ou maior acutilância nas palavras.

O presidente dos dragões, à margem do Portugal Football Globes, introduziu na contenda a figura do Calimero, o célebre pintainho negro de desenho animado, que usa metade da sua casca de ovo na cabeça, em permanente vitimização, e que passou a denominar síndrome psicológica. Rejeitando querer «entrar no mesmo jogo dos outros», o presidente portista disse que estariam «todos ansiosos para ver a quem será hoje [na referida cerimónia de entrega de galardões de futebol] atribuído o prémio de ‘Calimero do Ano’. Não faltam candidatos…», referindo-se a Rui Costa e Frederico Varandas, acusando-os de «coação» sobre a arbitragem com «impacto direto nas nomeações». Villas-Boas deu como exemplo a «ausência de um dos melhores VAR portugueses, Tiago Martins, que tem sido amplamente criticado pelo presidente do Sporting e do Benfica e está afastado dos clássicos», questionando: «Como é que a mediocridade é premiada com um clássico?».

O presidente do FC Porto visou ainda diretamente Frederico Varandas, afirmando que «o mais grave é ter havido um encontro entre o presidente do Sporting e o presidente da Federação para o mapeamento clubístico dos órgãos sociais da FPF», afirmou.

Contra o Benfica, o F. C. Porto anunciou, na quarta-feira, que fará queixa ao Conselho de Disciplina da FPF para denunciar «conduta violenta» do avançado Pavlidis no último clássico, num lance de alegada cotovelada do grego ao médio portista Gabri Veiga.

Ainda no mesmo dia, as águias contra-atacam, publicando um vídeo do jogo no Dragão que mostra lances de entradas dos jogadores do FC Porto sobre os do Benfica, intercalados pela imagem de… Calimero. Em resposta à queixa sobre Pavlidis ao CD da FPF, os encarnados preparam também uma ao mesmo órgão sobre o azul e branco Alan Varela, por eventual agressão ao grego na mesma partida.

A reação do Sporting também demorou menos de 24 horas, em forma de participação ao Conselho de Disciplina da FPF, por se considerar que as declarações do presidente do FC Porto «atentam contra a honra de Frederico Varandas e a reputação da SAD». Ao comunicado dos leões, só faltou… o Calimero.

Tudo muito maus exemplos das figuras de proa dos maiores clubes e os que, certamente, disputarão os principais títulos nacionais esta temporada. À falta de bom futebol, ou de confiança de que o que as suas equipas praticam lhes seja suficiente para garantir as vitórias indispensáveis à conquista das competições – em inequívoco reconhecimento de que a influência das arbitragens poderá sobrepor-se, os três presidentes, mais do que uma simples marcação de posição, sem dúvida, pressionam e tentam coagir o processo de arbitragem (desde nomeação até ao ajuizamento dos árbitros envolvidos nos jogos). Falta de desportivismo – que promete ficar pior…