Henrikh Mkhitaryan revela uma relação tensa com José Mourinho quando os dois se cruzaram no Manchester United em 2016/17. O internacional arménio acaba de lançar uma autobiografia, intitulada «A minha vida sempre ao centro, a viagem de um rapaz arménio», em que relata todo o seu percurso futebolístico, desde a infância, até à atualidade, mas o episódio de Old Trafford é que está a dar que falar na promoção da publicação.
Uma autobiografia que começa em França, para onde a família de Mkhitaryan se deslocou, passando pelo Brasil, onde o jogador começou a dar os primeiros passos no futebol, na academia do São Paulo, onde acabou por aprender a falar português.
Depois passa por todos os clubes que Mkhitaryan tem representado ao longo da carreira: Pyunik, Metalurh, Shakhtar Donetsk, Borussia Dortmund, Manchester United, Arsenal e Roma, até chegar ao Inter Milão onde ainda joga aos 36 anos.
O episódio com José Mourinho começa com uma conversa entre os dois, num pequeno-almoço que começou, desde logo, tenso e que acabou por levar a um extremar de posições.
«Disse a Mourinho: “Andas a criticar-me há um ano e meio, desde que cheguei ao Manchester United”. Ele respondeu-me: “És uma merda”. Claro que perdi a paciência. “Tu é que és uma merda e das grandes”. E ele: “Sai daqui, nunca mais te quero ver à frente”», relata Mkhitaryan.
A partir deste episódio, a relação azedou, com pormenores surreais. «Durante os treinos ele não falava comigo. Seguia um nível religioso de silêncio, mas todas as noites enviava-me uma mensagem no WhatsApp a dizer “Miki, sai do clube, por favor”», destaca o jogador.
A mensagem chegava todas as noites, quase sempre à mesma hora. Mkhitaryan dava sempre a mesma resposta, com copy/paste. «Eu respondia sempre da mesma maneira, copiava e colava. “Saio se encontrar a equipa certa, caso contrário vou esperar pelo verão”. A meio de janeiro, as mensagens mudaram ligeiramente: “Miki, sai do clube para que consiga contratar o Alexis Sánchez, por favor”», acrescentou.
A pressão de José Mourinho acabou por resultar, com Mkhitaryan a rumar ao Arsenal e Alexi Sánchez a fazer o percurso inverso, tal como José Mourinho pretendia.
A verdade é que o destino voltou a colocar os dois no mesmo clube, em 2019, na Roma e o internacional arménio até acabou por ser uma das pedras basilares no regresso de Mourinho a Itália e nos sucessos que alcançou com a equipa romana.