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Parlamento Europeu decide proibir termos como “salsicha” ou “hambúrguer vegan” quando se fala em alimentos que não têm carne.

O Partido Popular Europeu apresentou a proposta, o Parlamento Europeu aprovou com com 355 votos a favor, 247 contra e 30 abstenções.

A proposta aprovada nesta quarta-feira impede o uso de designações associadas à carne para caracterizar as alternativas de origem vegetal. Essas designações só podem ser usadas em produtos de origem animal.

Na prática, foi definido que na União Europeia um hambúrguer vegetariano não se pode chamar “hambúrguer”; ou uma salsicha vegan deixa de ser classificada como “salsicha”. O mesmo exemplo para uma almôndega.

A lista de palavras proibidas tem por exemplo: “bife”, “escalope”, “salsicha”, “hambúrguer”, “panados”, “gema de ovo” e “clara de ovo”.

A proposta ainda vai ser debatida com os países, mas o PPE justifica-se: “Carne é carne. Ponto final. Manter os rótulos claros protege os agricultores e as tradições culinárias europeias”, comentou a relatora do documento, a eurodeputada Céline Imart.

“Uma salsicha é uma salsicha. A salsicha não é vegetariana“, comentou Friedrich Merz, chanceler da Alemanha.

A proposta foi do PPE mas alguns eurodeputados do próprio PPE acham que esta proposta é desnecessária. “Ninguém se confunde ao ver hambúrguer vegetariano ou salsicha vegan”, defendeu Peter Liese, eurodeputado eleito pela CDU na Alemanha. Os Verdes acham que este debate é “absurdo”.

“Os consumidores sabem escolher por si próprios”, reforçou Peter Liese – uma ideia repetida em Portugal, pelo comentador Paulo Ferreira.

O assunto foi comentado já esta manhã, na rádio Observador: “Somos todos burros. As pessoas não sabem ler. Uma pessoa que vai ao supermercado e encontra uma embalagem que diz ‘hambúrguer vegetariano’ está convencidíssima que está a levar uma perna de borrego”, ironizou o comentador Paulo Ferreira.

Miguel Pinheiro acrescentou que esta decisão já atinge um considerável “nível de controlo”; e acha que a proposta, tendo vindo do Parlamento Europeu, é uma “audácia”. “Depois admiramo-nos de ver países fartos da União Europeia”, aponta.

Simplificação da PAC

Entretanto, também nesta quarta-feira, os eurodeputados aprovaram o texto de simplificação da política agrícola comum (PAC) da União Europeia.

Foram 492 votos a favor, 111 contra e 39 abstenções. Os eurodeputados defendem maior flexibilidade e apoio aos agricultores para cumprirem as regras da PAC em vigor.

O relator foi o eurodeputado português André Rodrigues (S&D), que comentou: “Estamos a enviar um sinal claro a quase nove milhões de agricultores da UE de que a Europa os ouviu. ‘Basta’ ao labirinto burocrático que têm de percorrer. Os agricultores terão regras mais simples, menos papelada e mais previsibilidade”.

As conversações com os Estados-Membros deverão ter início já amanhã, quinta-feira.


Nuno Teixeira da Silva, ZAP //


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