O segredo mais bem guardado deixou de o ser no último fim de semana. Depois de muito se ter falado no regresso de João Félix ao Benfica, que chegou a apresentar uma proposta de 35 milhões de euros junto do Chelsea (25 milhões a pronto, cinco mais cinco nas épocas seguintes), o internacional português acabou por não rumar a “casa” e viajou até à Arábia Saudita. O Al Nassr é o novo clube do avançado, que terá sido “seduzido” por Jorge Jesus e Cristiano Ronaldo, que veem em si uma peça importante para colocar o clube de Riade na rota dos títulos. Para além disso, numa Liga periférica e de, teoricamente, menor valia, Félix terá a oportunidade de se manter em forma para estar presente no Campeonato do Mundo do próximo ano. Terão sido esses os motivos que levaram João Félix para o Al Nassr, sendo que o capitão até lhe emprestou o seu jato particular para fazer a viagem rumo à Áustria, onde os sauditas se encontram a estagiar.

Resistência do Chelsea, a proposta milionária das Arábias e uma chamada de Ronaldo: como João Félix decidiu rumar ao Al Nassr em 48 horas

Foi precisamente em território austríaco, em Salzburgo, que os cavaleiros de Najd começaram a preparação para a nova temporada e onde defrontaram o Toulouse esta quarta-feira. Contudo, um problema de última hora, motivado por condições climatéricas adversas, obrigou a uma mudança de planos, pelo que, nas próximas horas, o Al Nassr vai viajar para o Algarve, onde estará nos próximos dias. Desta forma, o jogo frente ao Al Ahli, que estava marcado para o fim de semana, foi cancelado. Com João Félix já integrado no plantel, bem como Nader Al-Sharari (ex-Al Shabab) e Abdulmali Al-Jaber (ex-Zeljeznicar), Jorge Jesus começa a arrumar a casa para a nova época, não devendo contar com Otávio e Aymeric Laporte, que foram riscados do lote de convocados para o estágio.

Depois da vitória, na estreia, frente aos austríacos do St. Johann (5-2), com golos de Sadio Mané, Abdul Ghareeb, Mohamed Simakan, Adul Al-Sulayhem e um autogolo, num encontro em que Ronaldo não foi opção, Jesus apresentou pela primeira vez o seu 4x2x3x1 com Félix e Ronaldo na frente, Mané e Wesley nas alas, e Marcelo Brozovic e Ângelo – aparentemente transformado num médio mais central – no miolo. Contudo, a dupla portuguesa começou por se apresentar ainda “empenada”, com os dois a falharem o golo inaugural por atrapalhação, depois de de Mané ter picado por cima de Guillaume Restes (10′). Na resposta francesa, Djibril Sidibé apareceu com perigo na área, atirando por cima quando tinha um colega em melhor posição (17′). Com João Félix a mostrar-se no capítulo individual, o Toulouse acabou mesmo por chegar ao golo, num lance inusitado: Ayman Yahya queria atrasar para Bento, falhou a bola e Yann Gboho, depois de recuperar, desfeiteou o guarda-redes brasileiro (25′).

O Toulouse continuou melhor e quase aproveitou mais um lance em que a defesa saudita vacilou no setor defensivo, com Ylies Aradj a pecar no momento da finalização (31′). Logo a seguir, os papéis inverteram-se e os franceses deram espaço a Wesley, que rompeu para direita e cruzou para Cristiano Ronaldo fazer, completamente sozinho, o empate (33′). O jogo animou depois do segundo golo, com Noah Edjouma a obrigar Bento a aplicar-se (39′) e, no contra-ataque, o madeirense a finalizar por cima, depois de ter driblado um defesa (39′). Jorge Jesus aproveitou o intervalo para começar a fazer alterações na sua equipa e um dos jogadores que ficou no balneário foi Ronaldo, com Mané a juntar-se a Félix no centro do ataque, mas por pouco tempo, já que o 79 saiu em cima da hora de jogo.

Com um ritmo bem mais baixo, a primeira oportunidade demorou a aparecer e pertenceu a Enzo Faty que, na sequência de um livre, cabeceou ao poste direito da baliza do Al Nassr (63′). Contudo, já na reta final da partida, Noushal Boushal ganhou espaço na direita e cruzou para a área, com Mohammed Marran a fugir à defesa e a cabecear para a reviravolta (76′). Até ao final, o jogo não sofreu mais alterações, com o Al Nassr a somar mais uma vitória na pré-temporada (2-1). Segue-se a digressão em Portugal.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]