Hospital de Clínicas de Ijuí / DivulgaçãoCerca de 60% dos casos do câncer de mama no Brasil são em mulheres entre os 50 e 74 anos.Hospital de Clínicas de Ijuí / Divulgação

O Outubro Rosa reforça um alerta que precisa durar o ano inteiro: o diagnóstico precoce salva vidas. Isso porque o câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença entre as mulheres brasileiras, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Assim, a mastologista do Hospital de Clínicas de Ijuí (HCI), Maria Cristina Biesdorf Pretto, explica que, apesar dos avanços no tratamento, o acompanhamento preventivo ainda é o principal aliado na cura.

— Quando se encontra um nódulo na mama, a maior probabilidade é de que ele seja benigno. Quando aparece no exame BI-RADS 4, que indica a necessidade de biópsia, não necessariamente vai ser um câncer de mama — esclarece.

Exames na rotina

Até recentemente, a mamografia oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) era indicada apenas para mulheres a partir dos 50 anos. Em contrapartida, as sociedades médicas de radiologia e mastologia já defendiam o início do rastreamento aos 40 anos

Em 2025, o Ministério da Saúde atualizou a recomendação e garantiu o acesso ao exame também para mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sintomas. A faixa etária responde por cerca de 23% dos casos de câncer de mama.

Outra atualização é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo, ou seja, quando a mamografia deve ser solicitada preventivamente a cada dois anos. Esta passou de 69 para 74 anos, visto que cerca de 60% dos casos da doença estão concentrados em mulheres dos 50 aos 74 anos

Antes dos 40 anos, a doença é menos frequente, mas a mastologista reforça a importância da autoavaliação:

— É importante se conhecer, se olhar no espelho e ver se um mamilo está igual ao outro. Durante essa autoavaliação, a mulher pode levantar os braços e ver se as duas mamas se movimentam da mesma forma e se não aparece algum abaulamento. Lembrando que a maneira correta de apalpar a mama é com os dedos juntos e não fazendo um dedilhado, porque isso diminui muito a percepção.

Diagnóstico e tratamento

Hospital de Clínicas de Ijuí / DivulgaçãoMinistério da Saúde ampliou a faixa etária para o rastreamento ativo do câncer de mama.Hospital de Clínicas de Ijuí / Divulgação

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) no início deste mês aponta que as regiões Sul e Sudeste concentram as maiores taxas de câncer de mama no país.

Ainda de acordo com o estudo, o Brasil deve contabilizar mais de 73 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025 — equivalente a 41,89 diagnósticos a cada 100 mil mulheres. Desse total, 11.230 devem ocorrer na Região Sul, onde o Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar, atrás de Santa Catarina.

Maria Cristina ressalta que cada caso é avaliado individualmente, considerando as características do tumor. 

— Hoje o tratamento é personalizado. Pode incluir quimioterapia, imunoterapia ou terapia alvo molecular, por exemplo. Não é mais como antigamente, quando todas as pacientes faziam o mesmo tratamento. Não existia um direcionamento — disse a médica.

A mastologista lembra ainda que o cenário mudou muito. Mesmo nos casos mais avançados, há opções de tratamento que permitem qualidade de vida

— Há uma geração que ainda associa o diagnóstico à morte, porque via isso acontecer no passado e, por isso, muitas mulheres ainda têm medo de ir atrás. De uma forma geral, juntando todos os estágios, dos mais precoces até mais avançados, seja no SUS, sistema privado ou plano de saúde, em torno de 80% dos cânceres de mama são curáveis — pontua.

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