O odor evidente a suor é um dos sinais de que a criança está a caminhar para puberdade. E se assim é, fica sempre a dúvida sobre o que fazer quando a higiene cuidada e regular e os banhos não chegam para travar este sintoma do crescimento. Afinal, podemos ou não aplicar desodorizante em peles tão jovens e sensíveis?
Não havendo uma regra universal, o dermatologista Diogo Pereira Forjaz considera que “a partir da puberdade, geralmente entre os dez e os 12 anos, é aconselhável iniciar a utilização de desodorizante, caso exista uma transpiração excessiva ou odor corporal intenso”.
Porém, vinca que, “nas crianças, a higiene diária com sabonete neutro costuma ser suficiente”. Caso não seja, “é recomendável a utilização de desodorizantes sem perfume, sem álcool e sem corantes”. “Entre as alternativas mais suaves, existem as soluções com sais minerais naturais, alguns à base de bicarbonato de sódio em baixas concentrações, ou fórmulas com extratos de plantas calmantes, como camomila ou aloe vera”, recomenda, protegendo, assim, “a pele sensível” e evitando “irritações e alergias associadas”.
O médico da Sociedade Portuguesa de Medicina Estética (SPME) sublinha que “é importante introduzir o desodorizante de forma gradual, aplicando apenas a quantidade necessária e, de preferência, uma vez ao dia, com o objetivo de permitir uma satisfatória adaptação e prevenir, assim, complicações locais associadas como, por exemplo, dermatite de contacto e/ou alérgica”. Caso ocorram, o especialista alerta para a necessidade de “uma avaliação por um médico dermatologista para uma adequada orientação clínica”.
Dermatologista Diogo Pereira Forjaz
Apesar de o uso desodorizante não ser impeditivo, há cuidados prévios a ter e que devem ser conciliados com “uma boa higiene diária e a utilização de roupas à base de algodão ou tecidos respiráveis, que ajudem a controlar naturalmente a transpiração excessiva e o odor da pele”.
Caso a transpiração e o odor sejam excessivos, Diogo Pereira Forjaz alerta para a possibilidade de tal estar correlacionado “com condições médicas como a hiperidrose (transpiração excessiva), infeções bacterianas ou fúngicas da pele e, mais raramente, alterações metabólicas ou hormonais”.