Muitas vezes acusada por Carlos Moedas de se aliar à “extrema-esquerda mais radical”, a cabeça de lista da Viver Lisboa contou com todos os líderes dos partidos que a apoiam na arruada, que desceu do Largo do Chiado até à entrada do Rossio. Com o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, e o presidente do partido, Carlos César, notoriamente na fila da frente, mas com os co-porta-vozes do Livre, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, e a congénere do PAN, Inês de Sousa Real, quase sempre mais próximos de si do que a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.
A possibilidade de a presença do Bloco de Esquerda na coligação poder prejudicar as hipóteses de vitória em Lisboa acabou por ser abordada implicitamente pela cabeça de lista da Viver Lisboa. “Precisamos dos votos de todos”, disse a quem a foi ali apoiar, mas sobretudo a quem assistia através dos meios de comunicação social, dirigindo-se aos “que pensam que é melhor ficar em casa porque não gostam deste ou daquele”.
Muito aplaudida por cerca de dois mil apoiantes, Alexandra Leitão terminaria o seu curto discurso, que foi o único no encerramento, por iniciativa dos líderes partidários, em registo feminista. “Mulheres de Lisboa, uma mulher na presidência! Pode ser?”, perguntou, recebendo sonoros sinais de que os presentes encaravam com bons olhos a substituição de Moedas por alguém que promete cuidar da cidade “como se cuida de uma casa ou como se cuida de uma família”.
No início da arruada, ao som de música digna dos filmes de Emir Kusturica e de palavras de ordem como “Lisboa vai votar, e a Alexandra vai ganhar”, a candidata garantiu sentir “uma grande confiança” quanto às perspetivas de vitória. Algo que significaria o retomar do ciclo de governação socialista da capital, por parte de António Costa e de Fernando Medina, quebrado surpreendentemente em 2021, com a vitória do ex-comissário europeu Carlos Moedas, cuja coligação Novos Tempos juntou PSD, CDS, PPM, MPT e Aliança.
Na ação de campanha participaram ainda o socialista André Caldas, cabeça de lista da Viver Lisboa à Assembleia Municipal de Lisboa; o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho; a antiga presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta; e o fundador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã.