Diane Keaton morreu na Califórnia, confirmou a “People” este sábado, citando uma fonte da família, que pediu privacidade neste momento difícil. Não foram revelados mais detalhes sobre as circunstâncias da morte.
Nascida em Los Angeles, em 1946, Diane Hall trocou o apelido paterno pelo materno, Keaton, quando iniciou a carreira. Era a mais velha de quatro irmãos. O pai era engenheiro civil e a mãe, dona de casa, cantava e tocava piano. “No fundo, ela é que era a verdadeira artista da família”, contou à “People” em 2004.
Desde jovem mostrou talento para o palco. Estudou teatro e, em 1968, integrou o musical “Hair”, na Broadway. Pouco depois, foi chamada por Francis Ford Coppola para interpretar Kay Adams em “O Padrinho” (1972), a mulher de Michael Corleone, papel de Al Pacino.
“Acho que foi a coisa mais amável que alguém fez por mim”, recordou em 2022. “Entrei no “Padrinho” sem sequer ter lido o livro. Não sabia nada. Andava apenas em audições. Foi um milagre.”
De “O Padrinho” a “Annie Hall”, uma carreira feita de autenticidade
O papel em “O Padrinho” catapultou-a para o estrelato, mas foi com Woody Allen que consolidou a sua identidade artística. Juntos, filmaram “Play It Again, Sam”, “Manhattan”, “Interiors” e o inesquecível “Annie Hall”, de 1977, que lhe valeu o Óscar de Melhor Atriz.
Com o seu estilo irreverente, de coletes, gravatas e calças largas, Diane Keaton redefiniu a ideia de feminilidade no cinema americano e transformou-se num ícone de moda. Allen descreveu-a várias vezes como “totalmente natural e incrível”.
Ao longo de cinco décadas construiu uma carreira sólida e diversificada, em filmes como “O Clube das Primeiras Esposas”, “Father of the Bride”, “Something”s Gotta Give” e “Book Club”. Trabalhou com realizadoras como Nancy Meyers e manteve uma presença inspiradora nas redes sociais, onde partilhava reflexões e memórias com humor e ternura.
Keaton nunca casou, mas foi mãe de dois filhos adotivos, Dexter e Duke. “Ser mãe foi uma decisão muito pensada, algo que desejei durante muito tempo”, confessou em 2008.
Com mais de meio século de carreira, Diane Keaton deixa um legado de talento, inteligência e autenticidade. Uma mulher que preferiu sempre ser fiel a si própria, dentro e fora do ecrã.