O Rali de Marrocos 2025 arrancou com 357 participantes prontos para enfrentar o deserto, num evento que volta a reunir os principais nomes do Mundial de Rally-Raid (W2RC). No total, 229 veículos passaram nas verificações técnicas e administrativas — entre carros, motos, SSV, camiões e a categoria Open — e alinharam para a especial de abertura de 19 quilómetros.
Al Attiyah impõe-se e aponta ao oitavo triunfo em Marrocos
Nasser Al Attiyah voltou a provar porque é o rei do deserto. O piloto catari venceu o prólogo da prova, somando a sua 48.ª vitória no W2RC e aproximando-se do marco simbólico das 50 conquistas. Já soma nove triunfos com a Dacia, marca com a qual se estreou precisamente em Marrocos, em 2024.
O piloto da Dacia Sandriders liderou o arranque à frente de João Ferreira (Toyota), Sébastien Loeb (Dacia), Mathieu Serradori (Century) e Mattias Ekström (Ford M-Sport), num top 5 que demonstra a competitividade e diversidade da categoria Ultimate, com quatro construtores diferentes.
Dacia e Toyota em destaque, Ford procura primeiro triunfo
A Dacia voltou a alinhar com os seus três pilotos oficiais — Al Attiyah, Loeb e Cristina Gutiérrez — repetindo a formação que brilhou em 2024 com uma dobradinha histórica. Entre as 44 viaturas da categoria Ultimate, a Toyota surge com forte presença: 18 Hilux estão à partida, representando 41% do pelotão.
Com seis vitórias no Rali de Marrocos, a Toyota é o construtor mais bem-sucedido da história do evento. A marca japonesa conta este ano com cinco entradas oficiais: Henk Lategan, Lucas Moraes e Seth Quintero (Toyota Gazoo Racing W2RC), além dos jovens Saood Variawa e João Ferreira.
A Ford também marca presença com quatro Raptors oficiais, apenas pela segunda vez. Carlos Sainz e Nani Roma continuam em busca do seu primeiro triunfo em Marrocos, depois de ambos terem subido ao pódio nos últimos dois anos. Ekström, quinto no prólogo, mostrou o potencial do projeto da M-Sport.
Luta cerrada pelo título mundial
Com apenas 58 pontos em jogo, o campeonato está mais renhido do que nunca. Al Attiyah lidera com apenas nove pontos de vantagem sobre Henk Lategan e dez sobre Lucas Moraes — uma diferença mínima face aos confortáveis avanços que detinha nas últimas temporadas.
Alexandre Pinto: campeão sem pressão, mas com ambição
O português Alexandre Pinto, campeão da categoria SSV, encara esta edição sem pressão, mas com objetivos ambiciosos. “Ganhar o campeonato foi incrível. Este título é o resultado do trabalho de toda a equipa e tem um sabor especial, porque tudo começou aqui, em Marrocos, no ano passado”, recorda.
Em 2024, Pinto foi segundo na sua estreia e venceu a classificação de rookies, garantindo a qualificação para o Dakar. Agora, com o título já assegurado, quer lutar pelo pódio: “Quero atacar, ser consistente e tentar igualar ou melhorar o resultado do ano passado. A equipa está pronta, o SSV também. Tudo está em ordem.”
No prólogo, o piloto português terminou segundo, atrás de João Dias, que venceu com um tempo de 13m04s. O argentino Jeremías González Ferioli completou o pódio. Luís Cidade foi quinto.
Els destaca-se nos Challenger
O jovem sul-africano Jayden Els confirmou o seu talento ao vencer o prólogo do Rali de Marrocos na categoria Challenger, após ter impressionado na classe Ultimate do Safari Rally da África do Sul. Antigo prodígio do karting, Els estreou-se no rally-raid em 2024 com a Red-Lined e compete agora ao volante de um Taurus da BBR Motorsport.
Domínio checo entre os camiões
Na categoria de camiões, o checo Martin Macík manteve o domínio, tal como em 2024, vencendo novamente o prólogo. Kay Huzink foi segundo, a apenas seis segundos, seguido do seu tio Gert Huzink, que fechou o top 3.