Comer apenas uma salsicha por dia aumenta o risco de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, de acordo com um estudo
O estudo alerta que qualquer quantidade de carne processada aumenta o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer de cólon
“O consumo regular, mesmo de pequenas quantidades, de carne processada está associado a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2, doença cardíaca isquêmica e câncer colorretal.”
Essa é a enfática afirmação do pesquisador Demewoz Haile ao comentar as descobertas de um estudo recente que analisa o impacto na saúde do consumo desse tipo de produto cárneo, bem como de bebidas açucaradas e gorduras trans.
Entenda as descobertas
O estudo, publicado esta semana na revista Nature Medicine, baseia-se nas evidências científicas que já associam esses tipos de alimentos a diversas doenças, mas vai além.
A equipe de Haile se propôs a investigar as relações dose-resposta entre esses alimentos e seu impacto na saúde. Para tanto, os autores revisaram mais de 70 estudos anteriores, reunindo dados de milhões de participantes, para analisar as relações entre alimentos ultraprocessados e três problemas de saúde comuns: diabetes tipo 2, doença cardíaca isquêmica e câncer colorretal.
Especificamente, eles investigaram as associações entre carne processada, bebidas açucaradas e ácidos graxos trans; a carne processada apresentou os piores resultados em todos os casos, mesmo com pequenas quantidades consumidas.
De acordo com os dados, aqueles que comiam apenas um cachorro-quente ou salsicha por dia tinham um risco 11% maior de diabetes tipo 2 e um risco 7% maior de câncer colorretal do que aqueles que não consumiam carne processada.
Enquanto isso, beber cerca de 350 ml de refrigerantes açucarados por dia estava associado a um risco 8% maior de diabetes tipo 2 e a um risco 2% maior de doenças cardíacas.
Como um estudo observacional que utiliza pesquisas sobre hábitos de consumo autorrelatados, este estudo apresenta limitações. No entanto, embora os dados de associação não comprovem uma relação direta de causa e efeito, os especialistas acreditam que se trata de um estudo sólido com diversas conclusões altamente significativas.
Como aponta o Science Alert , o estudo utiliza um método de ônus da prova mais conservador para fazer avaliações. Os resultados tendem a apresentar valores mínimos, de modo que o risco potencial à saúde é frequentemente subestimado.
O aspecto mais significativo da pesquisa é que os autores descobriram que mesmo aumentos modestos no consumo de carne processada aumentaram os níveis de risco. Esses dados “sugerem que não existe uma quantidade segura de consumo de carne processada em relação ao risco de diabetes ou câncer colorretal”, conclui a equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, em Seattle.