João Noronha Lopes argumentou, na noite desta segunda-feira, sobre as dívidas de milhões de euros em empresas das quais o candidato à presidência do Benfica é sócio, o que levantou dúvidas sobre o financiamento da campanha em curso.
«É muito importante corrigir a desinformação em relação à minha capacidade enquanto gestor e à minha situação financeira. Estive 18 anos à frente de uma das maiores empresas do mundo [McDonald’s]. (…) Concluí a minha carreira lá fechando um dos maiores negócios de sempre de restaurantes na Ásia, de mais de 2 mil milhões de dólares. (…) Não se tem um percurso com sucessivas promoções se não se for um bom gestor.»
«Acumulei condições para ter uma vida confortável financeiramente. É disso que eu vivo. Acumulei uma riqueza de cerca de 23 milhões de euros. (…) São estes rendimentos que me permitem candidatar à presidência do Benfica», disse em entrevista à CMTV.
Entretanto, Noronha Lopes criou um portal de transparência, no qual disponibilizou as declarações de IRS entre 2017 e 2023. De recordar que o gestor regressou a Portugal em 2016.
Na referida entrevista desta noite, o candidato à presidência do Benfica também esclareceu o trajeto enquanto solicitador, salientando os serviços prestados às empresas TerraFirma, Footfall e SIBS: «Posso ir escolhendo o que vou fazendo ao longo da vida. Quem acumula 23 milhões de euros não tem necessidade de trabalhar. Não é a atividade da consultadoria que eu faço que me dá independência financeira.»
Quanto à empresa Vira Frangos, alvo de investigação numa reportagem da CNN Portugal, João Noronha Lopes abriu jogo.
«É uma empresa na qual eu tenho uma participação de 22 por cento, que fundei com dois amigos. A notícia é tendenciosa e revela falta de rigor financeiro. Foram os sócios que puseram dinheiro na empresa (…). Este prejuízo estava previsto. Os resultados da empresa têm vindo a melhorar e em 2025 vai ser ainda melhor, porque já começámos o processo de expansão internacional.»
«Esta campanha só vai terminar quando eu for eleito presidente. As notícias difamatórias vão aparecer e eu cá estarei para esclarecer. (…) Darei sempre a cara, não me escondo. (…) Não vou para a lama. Há uma coisa que me distingue dos outros. Estou aqui para discutir o futuro, não é para acertar contas. (…) Não faço parte de sociedades secretas, não sou apoiado por empresários, não tenho ligação a pessoas que não dão a cara. Sou independente. É essa independência que o Benfica precisa e que assusta muito gente», rematou.
Os candidatos à presidência do Benfica vão debater a 23 de outubro (21h30), na BTV. Já nesta terça-feira à noite, o mesmo canal vai transmitir entrevistas de meia-hora com cada candidato. O ato eleitoral está agendado para 25 de outubro.