As incertezas que dominam o setor automóvel levaram o novo diretor-executivo da Stellantis a adiar a apresentação do novo plano estratégico do grupo.

A Stellantis vai adiar a divulgação do seu novo plano estratégico. Inicialmente previsto para o início do próximo ano, o plano deverá agora ser apresentado apenas no final do primeiro semestre de 2026, avançou a Reuters.

O atraso visa dar mais tempo a Antonio Filosa, o novo diretor-executivo que assumiu funções em junho, para lidar com as grandes incertezas nos principais mercados-chave do gigante automóvel.

“Inicialmente indicámos o primeiro trimestre de 2026, agora é mais preciso apontar para o primeiro semestre de 2026”, afirmou o chefe global de relações com investidores da Stellantis, Ed Ditmire, aos analistas na passada sexta-feira.

RAM 1500 Hemi V8© Ram A Ram 1500 voltou a estar disponível nos EUA com um motor V8 e o mercado reagiu positivamente: as vendas da pick-up aumentaram no último trimestre.

Entre as incertezas que justificam o adiamento do plano estão as tarifas norte-americanas, que têm prejudicado de forma particular a Stellantis: em julho, Filosa estimou um impacto financeiro de 1,5 mil milhões de euros devido às tarifas.

Mais de 40% dos veículos vendidos pelo grupo nos EUA em 2024 vieram do México e do Canadá, atualmente sujeitos a tarifas de 25%. Apesar disso, o diretor-executivo destacou que não considera as tarifas comerciais como um obstáculo definitivo.

Desafios regulatórios na Europa

A outra grande incerteza são as regulações da União Europeia, que se têm mostrado desafiantes para o grupo, como para muitos outros fabricantes.

A proibição da venda de carros novos a combustão prevista para 2035 obrigou a Stellantis a investir, nos últimos anos, de forma maciça em veículos elétricos e reconversão de fábricas. Ao mesmo tempo enfrenta a concorrência de elétricos chineses mais baratos e vê alternativas como combustíveis renováveis quase excluídas.

Filosa está, assim, também à espera do resultado da reavaliação das metas de emissões para 2035, prevista para o final do ano, antes de tomar decisões estratégicas sobre o cronograma da Stellantis para os próximos anos.

“Esperamos tomar decisões finais sobre o cronograma em breve e comunicá-las prontamente”, disse Ditmire.

Primeiros resultados positivos

Apesar do atraso na apresentação do plano, Antonia Filosa tem estado muito ativo desde que assumiu funções em junho, para mudar o rumo deste grupo com 14 marcas (15, se considerarmos a Leapmotor).

E surgem os primeiros resultados. Na divulgação dos resultados de entregas do terceiro trimestre, a Stellantis registou um crescimento de 13% nas entregas face ao mesmo período de 2024, totalizando 1,3 milhões de unidades.

O maior impulso veio, precisamente, da América do Norte, onde as entregas subiram 35%, para cerca de 104 mil unidades. Na Europa também se registou um crescimento, graças à crescente regularização da produção dos novos modelos assentes na Smart Platform, como o Citroën C3, FIAT Grande Panda ou Opel Frontera.

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