Romance combina oralidade indígena, linguagem poética e rigor narrativo para retratar tanto o impacto dos enteógenos na mente humana quanto a relevância das cosmovisões da floresta
Narrado no coração da Amazônia acreana, entre cantos da floresta e transes espirituais, A hora mágica (Patuá, 280 pp, R$ 60), de Carlos Messias, estabelece um ponto de contato entre saberes ancestrais dos povos originários e a ciência contemporânea dos psicodélicos. O romance combina oralidade indígena, linguagem poética e rigor narrativo para retratar tanto o impacto dos enteógenos na mente humana quanto a relevância das cosmovisões da floresta. Primeira obra de ficção brasileira a mergulhar no universo da ayahuasca e das medicinas tradicionais amazônicas, a narrativa acompanha Caio Bandeira, um psiquiatra em crise que encontra, em uma aldeia do povo ika yubë, caminhos para além da racionalidade ocidental. Guiado pelo pajé Sibiruá, ele vivencia cantos de cura e cerimônias xamânicas, em meio a tensões sociais e políticas ligadas ao agronegócio, ao fundamentalismo religioso e ao crime organizado.