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O secretário-geral da NATO rejeitou esta quarta-feira que abater aeronaves russas seja a única maneira de demonstrar a capacidade de dissuasão da Aliança Atlântica, mas advertiu Moscovo que “está tudo pronto” para responder a violações intencionais. Pouco depois, ao lado do secretário de Guerra norte-americano, elogiou a liderança norte-americana para reforçar a NATO. Já Pete Hegseth sublinhou a importância da força para alcançar a paz.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “é muito mais forte do que a Rússia”, disse Mark Rutte, à entrada para uma reunião ministerial no quartel-general da NATO, em Bruxelas, na Bélgica.

Questionado sobre a possibilidade de abater drones (aeronaves pilotadas remotamente) e até aeronaves de combate — a Rússia utiliza, por exemplo, os Sukhoi Su-57, semelhantes aos F-35 — como a única maneira de dissuadir incursões aéreas, o secretário-geral da NATO respondeu que intercetar os drones ou aviões e acompanhá-los para fora do espaço aéreo da Aliança Atlântica também faz parte da capacidade de dissuasão.

No entanto, Mark Rutte quis “dizer aos russos que se o tentarem intencionalmente”, a NATO tem “tudo pronto para assegurar que se vai defender”.

Sobre as sinergias anunciadas entre a NATO e a União Europeia — 23 dos 27 Estados-membros da União Europeia pertencem ao bloco político-militar atlântico, composto por 32 países —, Mark Rutte disse que “não há qualquer duplicação” de esforços.

“A NATO é boa nas coisas pesadas [armamento e estratégia militar], enquanto a União Europeia tem um enorme soft power [poder de persuasão e diplomático]. Esta combinação é crucial para que a Rússia não prevaleça”, sustentou.

A reunião ministerial desta quarta-feira vai congregar os governantes com a pasta da Defesa dos 32 Estados-membros da NATO, o homólogo ucraniano e também a representante da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, no quartel-general da organização político-militar, de que Portugal faz parte e é um dos países fundadores.

O tópico principal é a continuidade e o reforço do apoio à Ucrânia, a caminho do quarto ano de conflito e depois de caírem por terra as perspetivas de um cessar-fogo criadas no verão.

O secretário da Guerra norte-americano sublinhou que haverá mais armamento dos Estados Unidos da América (EUA) na NATO para conseguir “paz através da força” e disse esperar uma resolução pacífica em breve para o conflito na Ucrânia. “O Mark falou disso, mais armamento, é isso que está a caminho”, disse Pete Hegseth, ao lado do secretário-geral da NATO.

O secretário da Guerra dos EUA (antigamente Departamento da Defesa até o nome ser alterado há um mês) revelou que está para breve a compra de armamento dos EUA pelos países europeus da NATO, para depois ser utilizado pela Ucrânia contra a Rússia e “alcançar a paz”.

Donald] Trump é a aplicação da paz através da força; alcançamos a paz quando somos fortes, não quando utilizamos palavras fortes ou abanamos o dedo”, comentou.

Pete Hegseth disse esperar que a paz na Ucrânia seja alcançada em breve, mas não revelou qualquer data para esse desejo, limitando-se a elogiar o Presidente dos Estados Unidos da América: “Acho que o mundo está a ver que é um Presidente da paz, que procura a paz apoiando os países que estão com os EUA e que querem a paz […] e é isso que espero que consigamos na Ucrânia”.