Jerome Powell considerou que a inflação permaneceu confinada aos bens, devido às tarifas implementadas pelo Governo, contudo salientou que uma desaceleração nas contratações é um risco para a economia. O presidente falou ainda sobre a paralisação do Governo, que começa a ter algum impacto na suspensão dos dados económicos do país, contudo as perspetivas para o emprego e inflação “não parecem ter mudado muito desde a reunião de setembro”.
Quarta-feira trouxe os mercados de volta aos ganhos, depois de na terça-feira o discurso do presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, na Associação Nacional de Economia Empresarial (NABE), ter dado uma nova esperança aos investidores.
Jerome Powell considerou que a inflação permaneceu confinada aos bens, devido às tarifas implementadas pelo Governo, contudo salientou que uma desaceleração nas contratações é um risco para a economia. O presidente falou ainda sobre a paralisação do Governo, que começa a ter algum impacto na suspensão dos dados económicos do país, contudo as perspetivas para o emprego e inflação “não parecem ter mudado muito desde a reunião de setembro”.
“Sublinhou ainda que o banco central continuará a atuar de forma cautelosa e dependente dos dados, um trabalho agora dificultado pela paralisação do governo, que impede a publicação de alguns indicadores relevantes para as decisões da Fed”, afirma Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe.
Durante o seu discurso, o presidente da Fed deu a entender que poderá haver um novo corte nas taxas de juro.
“O presidente da Reserva Federal sublinhou a estabilidade global da economia americana e observou que o acesso da Reserva Federal aos dados lhe permite conduzir a política monetária mesmo em caso de encerramento do governo”, referem os analistas da XTB.
Os analistas salientam ainda que “os comentários dovish de Powell”, contribuíram para “as recuperações também nos índices da região da Ásia-Pacífico, embora as tensões entre os EUA e a China continuem a restringir o sentimento”.
A earning season continuou, desta vez com o Bank of America a divulgar um disparo de 23% no lucro, e a Morgan Stanley viu os lucros aumentar 45% para 4,61 mil milhões de dólares (cerca de 3,97 mil milhões de euros).
O dia não deu grandes sinais das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, o que deixou os investidores a digerirem apenas o discurso de Jerome Powell, numa altura em que estes ganham destaque uma vez que não são publicados indicadores económicos do país.
Perante uma postura dovish da Fed e as tensões comerciais, os investidores continuam a apostar no ouro, que durante quarta-feira atingiu um novo recorde e ultrapassou a barreira dos 4.200 dólares.
Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, afirma que “a procura pelo metal precioso mantém-se robusta, sustentada por fortes fluxos de refúgio seguro e pela perceção crescente de que o sentimento no seio da Reserva Federal se está a tornar cada vez mais dovish. Investidores preocupados continuam a refugiar-se no ouro à medida que a incerteza aumenta, impulsionada pela paralisação do governo dos EUA, que tem um impacto negativo nas perspetivas económicas e impede a divulgação de dados económicos”.
“A recente intensificação das tensões comerciais entre os EUA e a China, que reavivou receios de uma guerra comercial total entre as duas maiores economias do mundo, também está a alimentar a valorização”, salienta.
Esta quinta-feira é esperado a divulgação dos resultados trimestrais da TSMC, EssilorLuxottica, Nestlé, BNY Mellon, US Bancorp.