O programa E-Lar prometia transformar as habitações em espaços mais sustentáveis, confortáveis e energeticamente eficientes, através da integração de soluções inteligentes de gestão de energia. Contudo, os consumidores parecem estar a ser confrontados com problemas.

Boca de fogão a gás

Conforme informámos, o programa E-Lar previa até 1100 euros de apoio direto para substituir eletrodomésticos a gás por equipamentos mais eficientes, com as famílias mais carenciadas a poderem receber até 1683 euros.

O objetivo passava por transformar as habitações em espaços mais sustentáveis, confortáveis e energeticamente eficientes, através do apoio à integração de soluções mais inteligentes de gestão de energia.

Com montantes unitários máximos definidos, o E-Lar previa apoios financeiros diretos para a substituição dos seguintes equipamentos:

  • Esquentadores e caldeiras a gás por bombas de calor ou termoacumuladores elétricos eficientes;
  • Fogões e placas a gás por equipamentos elétricos de indução ou vitrocerâmica;
  • Outros eletrodomésticos a gás por alternativas elétricas de classe energética A ou superior.

Beneficiários do programa E-Lar parecem encontrar limitações inesperadas

Poucos dias após ter arrancado, no dia 30 de setembro, o programa E-Lar, que estava previsto terminar em 30 de junho de 2026, salvo se a verba se esgotasse antes dessa data, encerrou.

No dia 6 de outubro, o Ministério do Ambiente anunciou que o prazo para submissão de candidaturas tinha sido encerrado, uma vez que os 30 milhões de euros disponíveis já tinham sido totalmente alocados.

Entretanto, agora, o Correio da Manhã (CM) informou que “os beneficiários do E-Lar estão a ser confrontados com limitações e exigências inesperadas quando se dirigem às lojas para adquirir placas, fogões e termoacumuladores para substituir eletrodomésticos a gás”.

Placa de indução, com um tacho em cima e uma pessoa a cozinhar

Segundo o jornal, haverá consumidores a desistir inclusivamente do valo eletrónico, motivados por uma série de problemas, desde oferta pré-selecionada; custos obrigatórios; e cobrança pela remoção dos eletrodomésticos antigos.

No caso do grupo III, que diz respeito a Outras Pessoas Singulares, “a troca dos equipamentos pode representar um custo acrescido de 450 euros”, entre IVA, entrega, instalação e remoção, caso o beneficiário opte pelo valor máximo do vale.

Para este grupo, os montantes unitários máximos para as despesas elegíveis são os seguintes:

  • Placa elétrica de indução: 300 euros.
  • Placa elétrica convencional: 146 euros.
  • Conjunto elétrico (placa e forno): 600 euros.
  • Forno elétrico: 300 euros.
  • Termoacumulador elétrico: 500 euros.

Importa ressalvar que os serviços de transporte e instalação não foram, desde logo, considerados elegíveis.

O órgão de comunicação partilhou que, em algumas lojas, é apresentado “um pequeno leque de opções” no âmbito do E-Lar, “mesmo que haja outros eletrodomésticos à venda no local que se enquadram nas exigências do programa”.

Segundo a Agência para o Clima, em declarações ao CM, o E-Lar “não prevê qualquer condicionamento por parte dos fornecedores na escolha dos equipamentos pelos beneficiários”.