“Seja meningite, diarreia, doenças respiratórias… estamos a falar de uma quantidade gigantesca de trabalho”, disse Hanan Balkhy, diretora regional do organismo de saúde da ONU à AFP no Cairo.

Balkhy salienta que o sistema de saúde em Gaza “foi desmantelado” e a magnitude do problema é “colossal”.

A Faixa de Gaza, cercada por Israel, enfrenta um desastre humanitário após dois anos de guerra desencadeada a 7 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico-palestino Hamas em território israelita.

Segundo dados da OMS, a cidade de Gaza está dependente de oito centros de saúde que funcionam parcialmente e todos carecem de pessoal médico “para fornecer cuidados críticos”. No norte do enclave, há apenas um centro de saúde disponível.

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza, na passada sexta-feira, Gaza voltou a receber ajuda humanitária, após meses de bloqueio.

Ajuda começa a entrar mas ainda é escassa 

A OMS nos Territórios Palestinianos Ocupados (WHOoPt) informou na quinta-feira, através das redes sociais, que tem vindo a intensificar as entregas de material médico às unidades de saúde desde que o cessar-fogo em Gaza entrou em vigor.



“Esta semana, mais de 220 paletes de medicamentos essenciais e material médico foram despachados do nosso armazém no sul para parceiros que apoiam hospitais em Gaza”, anunciou.


No entanto, o acesso a Gaza continua a ser muito restrito. Dezenas de camiões com ajuda humanitária aguardam luz verde para a entrada no enclave, uma vez que a passagem de Rafah, entre o Egito e o território palestiniano, continua fechada.O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros,
Gideon Sa’ar, anunciou na quinta-feira que a passagem “provavelmente
abrirá no domingo”.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) disse esta sexta-feira que ainda não começou a distribuir nenhuma ajuda na Cidade de Gaza, uma vez que importantes passagens no norte do enclave continuam encerradas.

O PAM pediu a abertura das passagens no norte de Gaza, acusando Israel de estar a “limitar o acesso às áreas mais vulneráveis”.

Desde o início do cessar-fogo, chegaram a Gaza, em média, 560 toneladas de alimentos por dia, segundo o PAM. “Ainda estamos abaixo do que precisamos, mas estamos a chegar lá. O cessar-fogo abriu uma pequena janela de oportunidade, e o PAM está a agir muito rapidamente para aumentar a assistência alimentar”, disse o porta-voz do programa, Abeer Etefa.