A FIA aprovou novas categorias oficiais para os karts elétricos e um regulamento unificado que abrange todas as fontes de energia.
A FIA (Federação Internacional do Automóvel) deu um passo significativo rumo a um futuro mais sustentável para o desporto motorizado, ao aprovar novas classes de competição para karts elétricos. Além disso, foi também apresentado um novo quadro regulatório mais abrangente, que inclui todas as fontes de energia em competição.
Do ponto de vista técnico, o Conselho Mundial do Desporto Motorizado aprovou regulamentos de homologação para as classes Junior e Sénior de e-karting. Além de estender e harmonizar as regras energéticas no automobilismo.
As novas classes da FIA para karts elétricos definem um limite de tensão de 60 V, e impõem que as baterias sejam instaladas em posição central, abaixo da coluna de direção — proibindo-se o uso de baterias laterais. Para além disto, também passam a existir restrições de potência: até 23 kW (31 cv) na classe júnior e até 28 kW (38 cv) na classe sénior.

Essas classes vêm complementar a atual regulamentação para o e-karting mini, introduzida em 2023, e pretendem impulsionar a expansão internacional do kart elétrico. Segundo Akbar Ebrahim, presidente da Comissão de Karting da FIA, “estas regulamentações desbloquearão novas possibilidades de eventos e campeonatos pelo mundo, e 2026 tende a ser um ano de ouro para o karting”.
Outra medida de grande alcance aprovada no mesmo encontro foi a criação de um artigo consolidado no Apêndice J do Código Desportivo Internacional. O novo Artigo 266 estabelece um quadro regulatório comum para todas as fontes de energia usadas nas competições FIA. Estão incluídos combustíveis líquidos, energia elétrica e hidrogénio (gás ou líquido). Esta uniformização visa garantir coerência técnica e segurança, bem como facilitar a transição para soluções mais limpas.
O mais recente encontro do Conselho Mundial foi presidido por videoconferência e assinalou também a inauguração do novo escritório da FIA em Londres, reforçando o caráter internacional da federação.
Energias sustentáveis no centro da transformação
Com estas decisões, a FIA não está apenas a responder às tendências ambientais: está a redefinir o paradigma do automobilismo no século XXI. A introdução de categorias elétricas no karting — um dos elos iniciais na cadeia de formação de pilotos — sinaliza uma ambição clara de construir uma progressão natural para que as categorias de topo se tornem mais sustentáveis no futuro.
A limitação de tensão e potência nas classes elétricas reflete o esforço em equilibrar desempenho, fiabilidade e segurança. A exigência de baterias numa determinada posição do chassis visa otimizar o equilíbrio e reduzir riscos em colisões. Já o artigo harmonizado de regulamentação energética garante que futuras inovações — como o uso de hidrogénio — possam coexistir dentro de um mesmo enquadramento jurídico.