O FC Porto garantiu este sábado, em Barcelos, a passagem à quarta ronda da Taça de Portugal, com goleada (0-4) sobre o Celoricense, resultado construído com um golo de Bednarek no início da primeira parte e com um hat-trick de Samu, na última meia hora.

O espanhol entrou para o lugar que cedera no “onze” inicial a Deniz Gül, resolvendo um jogo que esteve demasiado tempo em banho-maria, com uma vantagem sempre perigosa garantida pelo central polaco aos 9 minutos.

O FC Porto acabou, assim, a golear e a permitir uma gestão diferente antes do compromisso europeu, numa tarde em que Francesco Farioli cumpriu o prometido frente a um Celoricense que nunca questionou a autoridade dos portistas.

Para além do estatuto e da diferença gritante entre o quinto classificado da Série A do Campeonato de Portugal (quarto escalão nacional) e o líder da I Liga, o Celoricense ainda tinha que superar o facto de jogar em casa emprestada, em Barcelos, num relvado natural (fez um treino de adaptação), de só dispor de um futebolista profissional (Juninho) e de Francesco Farioli não abdicar do “onze” titular.

Na realidade, o treinador do FC Porto mudou o guarda-redes, como tinha anunciado, e o ponta-de-lança, dando oportunidade a Cláudio Ramos, na baliza, e a Deniz Gül, no ataque. Os outros nove defrontaram o Benfica na última ronda da Liga.

E nem a viagem a Nottingham, onde os “dragões” jogam na quinta-feira a terceira ronda da Liga Europa, frente a um Forest que somou o 10.º jogo seguido sem vencer — oitavo desde que Nuno Espírito Santo abandonou, em Setembro —, demoveu o técnico italiano, que tinha prometido utilizar a melhor equipa disponível.


Esta superioridade anunciava um jogo de sentido único, patrocinado pelo pragmatismo do Celoricense, que não abdicou de um 5x4x1 preparado para dar a vida por uma eliminatória histórica, a primeira da equipa de Celorico de Basto frente a um “grande”.

Quis, apesar da estratégia e da organização do Celoricense, que Bednarek marcasse muito cedo, aos 9 minutos, o primeiro golo ao serviço do FC Porto. Um golo nascido de um canto, depois de um primeiro aviso de Borja Sainz.

Apesar do golo, o Celoricense permaneceu fiel ao plano, consciente de que pior do que uma derrota, seria a ideia de sair vergado a uma goleada.

Ainda assim, com Rentería a enfrentar a solo a defesa portista, o Celoricense ainda conseguiu um remate enquadrado, com defesa de Cláudio Ramos, a dez minutos do intervalo. Defensivamente, a equipa cumpria, bloqueando um FC Porto sem espaço nem ideias para se colocar a salvo de qualquer surpresa.

Nesse plano, o FC Porto teve de lutar contra o bloco baixo do opositor e contra o nervosismo de um auxiliar que assinalou três foras-de-jogo, todos erradamente, a cortar lances promissores, num jogo sem VAR.

Obviamente, o FC Porto tinha obrigação de superar todos esses obstáculos e de construir um resultado que lhe permitisse descansar o mais cedo possível a equipa de que Farioli necessitará em Inglaterra.

Com uma entrada assertiva na segunda parte, em que Francisco Moura e Froholdt estiveram perto de ampliar a vantagem, o FC Porto sentiu que era a altura de, simultaneamente, refrescar a equipa e acelerar o jogo. Com a entrada de Rodrigo Mora e William Gomes, à passagem da primeira hora, Farioli prometia os desequilíbrios que tardavam; Com a troca de Gül por Samu, os golos que não apareciam.

E o espanhol, na primeira intervenção, cumpriu, marcando o segundo golo dos “dragões”, que sentenciava a eliminatória dada a incapacidade do Celoricense para operar um golpe de teatro. Mas Samu não estava satisfeito, completando o hat-trick no espaço de dez minutos, com os últimos dois golos num piscar de olhos.

A eliminatória estava fechada, apesar das tentativas de Rodrigo Mora para aumentar as contas finais com um golo de placa que só não surgiu por mera infelicidade.