A norte-americana Veronica Ondrejech reformou-se cedo e decidiu concretizar um sonho antigo: viver na Europa. Escolheu Vila Real de Santo António, no Algarve, onde comprou uma casa com vista para o rio Guadiana e encontrou o equilíbrio que procurava entre custo de vida e qualidade de vida. A sua história, contada ao blog Poppin Smoke, ilustra a crescente procura de reformados estrangeiros por Portugal, e em particular pelo sul do país.
De acordo com a mesma publicação, Veronica e o marido, Ray, um veterano da Força Aérea, decidiram reformar-se aos 50 anos. Tinham planeado mudar-se juntos para Portugal, mas Ray faleceu inesperadamente antes da viagem. Mesmo assim, Veronica manteve os planos e mudou-se sozinha para o Algarve em 2017, cumprindo o sonho de ambos.
Novo começo no Sotavento algarvio
Veronica escolheu Vila Real de Santo António após percorrer várias regiões portuguesas. Segundo afirmou em declarações ao mesmo blog, a cidade oferecia-lhe tudo o que procurava: praia, rio, vida tranquila e boa acessibilidade a outras zonas da Europa. “Tem praia, rio, uma praça central e fácil acesso a Faro e Sevilha”, descreve. O clima ameno do Algarve foi outro dos fatores decisivos.
A publicação refere que a casa onde Veronica vive, um apartamento de dois quartos e duas casas de banho, com garagem, custou cerca de 150.000 euros em 2018. O imóvel tem vista para o rio Guadiana e para o oceano, um dos pontos que mais valoriza. Acrescenta que, com mais 10.000 euros, conseguiu adquirir a garagem no mesmo edifício, algo considerado raro na zona.
Viver com menos, mas viver melhor
A reformada americana considera que o custo de vida no Algarve é muito inferior ao da Califórnia. As rendas variam entre 750 e 1.500 euros mensais, dependendo da localização.
“Fico chocada toda vez que recebo a conta num restaurante”, afirma, referindo que um menu completo pode custar entre 11 e 12 euros, incluindo bebida, sobremesa e café.
As cervejas e o vinho variam entre um e três euros, e o prato do dia pode custar menos de sete euros. Conforme a mesma fonte, Veronica prefere muitas vezes comer fora a cozinhar em casa, já que os preços são semelhantes.
Integração e quotidiano
O Poppin Smoke escreve que Veronica não encontrou grandes barreiras linguísticas no Algarve, onde o inglês é amplamente falado. Ainda assim, tenta aprender português, sobretudo por respeito à cultura local. Explica que os portugueses são acolhedores e que a região atrai uma grande comunidade de expatriados britânicos e americanos.
Além do custo de vida, Veronica destaca a segurança e a tranquilidade da região. Passa os dias entre cafés com vista para a marina, mercados locais e encontros com amigos estrangeiros e portugueses. “Muitos dias, sentamo-nos a lanchar e a conversar durante horas. A conta raramente passa dos 20 euros”, contou.
Reforma com vista para o Guadiana
A norte-americana vive atualmente sozinha, mas recebe visitas frequentes dos filhos e mantém contacto próximo com a família nos Estados Unidos. “Morar em Portugal não é muito diferente, porque já estávamos espalhados por vários estados”, refere.
A escolha de Portugal foi resultado de uma combinação de fatores: clima, custo de vida, segurança e facilidade de integração. Para Veronica, reformar-se no Algarve foi mais do que uma mudança de país, foi uma nova forma de viver.
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