“É por isso que alcançar a prontidão de defesa não é um luxo – é uma necessidade. Os investimentos em defesa são necessários não apenas para nos proteger e aumentar nossa influência geopolítica. Podem também impulsionar a competitividade económica, a inovação, a criação de emprego e a coesão territorial“, disse António Costa. Reforçar a defesa é, considera, “a melhor forma de proteger as nossas democracias”.

O socialista António Costa também lançou farpas políticas. “Os partidos de direita argumentam que devemos escolher entre gastar com defesa ou com nosso estado de bem-estar social. Este é um erro grave e muito perigoso. Isso prejudica o apoio dos cidadãos aos esforços de defesa de que precisamos.” Para Costa, “não precisamos sacrificar o estado de bem-estar social”.

Para o presidente do Conselho Europeu, a segurança não depende apenas de investimentos na defesa, mas acima de tudo “da capacidade de promover o multilateralismo e a ordem internacional baseada em regras, e da nossa capacidade de desenvolver amizades em todo o mundo através do comércio e da ajuda ao desenvolvimento.”

O antigo secretário-geral do Partido Socialista português também defendeu a sua família política, que considera ter sido “decisiva na construção de nosso estado de bem-estar social”.

Defendeu a melhoria dos salários e das condições de trabalho, e disse que “é hora de restaurar o equilíbrio e garantir que a riqueza seja partilhada de forma justa”.

Além disso, defendeu a habitação como “um direito básico, e não uma mercadoria para especuladores”. Diz que a crise habitacional afeta famílias em toda a Europa, as mais pobres e da classe média, e que por isso a habitação a preços acessíveis deve ser uma prioridade europeia.

“Na próxima semana, pela primeira vez, discutiremos a habitação ao nível dos líderes no Conselho Europeu. Precisamos discutir abertamente as ferramentas disponíveis a nível europeu para apoiar nossos presidentes de câmara, nossos líderes regionais e os esforços nacionais para resolver as questões de habitação”, sublinhou.

“Não estou necessariamente a falar de fundos adicionais. Mas acredito que podemos reduzir a burocracia em áreas como o licenciamento”, acrescentou.