O novo iPhone 17 da Apple está impulsionando o crescimento mais forte da empresa em vendas de smartphones desde a pandemia de Covid-19, com o maior redesenho do seu carro-chefe em anos se mostrando um sucesso.
Em um primeiro momento, a versão redesenhada do dispositivo vem provando ser mais forte do que era esperado antes de seu lançamento em setembro, de acordo com especialistas do setor que monitoram a cadeia de suprimentos da Apple, operadoras de celular e o tempo que os clientes precisam esperar pelo aparelho.
Analistas preveem que a receita com smartphones voltarão a crescer 4% no ano fiscal encerrado em setembro, atingindo US$ 209,3 bilhões, de acordo com dados da Visible Alpha. A taxa de crescimento subirá para quase 5% no ano fiscal de 2026, com as receitas do iPhone atingindo US$ 218,9 bilhões.
Isso leva a um aumento da confiança do mercado à medida que a Apple se aproxima da temporada crucial de vendas de fim de ano, apesar dos atrasos no lançamento de recursos de inteligência artificial e das tarifas de Donald Trump, que pesaram sobre o preço das ações da gigante do Vale do Silício ao longo do último ano.
“É justo descrever o lançamento do iPhone 17 como surpreendente em relação às expectativas de Wall Street no final de agosto [antes do lançamento]”, disse Gene Munster da Deepwater Asset Management.
A receita da Apple com smartphones caiu 2% em 2023 e ficou estável no ano passado, depois que os consumidores gastaram muito em produtos eletrônicos durante a pandemia.
Mas as melhorias significativas nas câmeras, telas e baterias do iPhone este ano estão tentando mais clientes a substituírem aparelhos antigos.
Citando dados da própria loja da Apple e de operadoras, analistas do Bank of America disseram esta semana que o tempo de envio do iPhone 17 é mais longo do que nos anos anteriores, o que “pode indicar uma demanda forte”.
“Quando os prazos de entrega são mais longos, geralmente é um ciclo de produto melhor”, disse Munster.
O tempo de espera pelo novo iPhone é cerca de 13% mais longo do que no ano passado, acrescentou ele, possivelmente sinalizando um “ciclo de atualização” mais amplo.
Em 30 de outubro, a Apple reportará seu quarto trimestre fiscal, encerrado em setembro, incluindo as primeiras semanas de vendas do iPhone 17.
“Claramente, é um trimestre muito forte para a Apple”, disse Francisco Jeronimo, da IDC. “Não me lembro da última vez que vi filas do lado de fora da loja da Apple como tenho visto este ano.”
Dados da cadeia de suprimentos da Apple sugeriram que os pedidos do iPhone 17 foram “muito mais fortes” do que os do iPhone 16 do ano passado, acrescentou.
Quando se rastreia por número de unidades, as vendas de iPhone permanecem estáveis. Entre o ano fiscal de 2024 e 2026 da Apple, devem ficar em torno de 235 milhões, de acordo com dados da Visible Alpha.
Até 2027, analistas preveem que o carro-chefe da empresa começará a vender mais de 240 milhões de unidades, antes de subir para quase 260 milhões até o final da década, com rumores de mercado apontando para o lançamento de um iPhone dobrável no próximo ano.
A Apple não divulga mais as vendas de unidades e prefere concentrar a atenção dos investidores nas receitas, com grande parte de seu crescimento geral vindo de sua base de usuários.
A mais recente linha de iPhones foi impulsionada por programas generosos de troca de aparelhos usados. O modelo básico se beneficiou de políticas de subsídio governamental para telefones mais baratos na China.
Os iPhones continuam a ser responsáveis por mais da metade dos aproximadamente US$ 390 bilhões de receita anual da Apple. O sucesso do iPhone 17 poderia ajudar a Apple a reverter um 2025 difícil, marcado por tensões comerciais que perturbaram suas cadeias de suprimentos globais.
As ações da Apple atingiram um novo pico anual em setembro, quando houve o lançamento do iPhone 17, mas recentemente caíram, já que Trump ameaçou tarifas de 100% sobre a China.
Apesar da especulação de aumento de custos impulsionado por tarifas, a Apple optou por não aumentar os preços do dispositivo.
Alguns analistas alertam que as expectativas do mercado para o novo iPhone podem ter avançado muito. No início deste mês, a Jefferies rebaixou as ações da Apple para “underperform” (desempenho abaixo da média do mercado), citando “expectativas excessivas” para a demanda do iPhone.