O Tribunal de Braga condenou a cinco anos de prisão, com pena suspensa, um homem de Terras de Bouro, mas residente em Vieira do Minho, que roubou duas mulheres idosas e protagonizou uma longa fuga de carro à GNR.
Rui P., casado, de 49 anos, residente na Caniçada, estava em prisão preventiva, mas foi libertado após a leitura do acórdão.
Foi condenado naquela pena, em cúmulo jurídico, por dois crimes de roubo qualificado, um de condução perigosa de veículo rodoviário e outro de resistência e coação sobre funcionário.
Mas, para não ir preso, tem de se sujeitar ao chamado Regime de Prova, que lhe impõe condições como a de se tratar da toxicodependência.
Primeiro roubo em Vieira
O coletivo de juízes deu como provado que, no dia 13 de dezembro de 2024, pelas 10h10, a ofendida Sara R., de 69 anos, deslocou-se à caixa multibanco exterior da Caixa de Crédito Agrícola de Vieira do Minho, tendo levantado 300 euros que guardou na carteira, onde já tinha 30 em numerário.
A acusação dizia, ainda, que, “de forma dissimulada e constatando que a ofendida era pessoa idosa e com dificuldades de locomoção, o arguido já a vigiava, decidido a, através de violência física, fazer seu o dinheiro que a mesma detinha, para o que a seguiu na direção do Largo da Feira Semanal ”.
E acrescenta: “Sem que a ofendida sequer se tivesse apercebido que vinha sendo seguida, o arguido aproximou-se dela, na escadaria existente junto aos WC públicos, e desferiu-lhe um empurrão, ao mesmo tempo que arrancava a bolsa onde aquela guardava o dinheiro, telemóvel e cartão bancário, que tudo fez seu”.
Então, o arguido colocou-se em fuga, conduzindo um Audi A3, tendo atirado para a via pública a bolsa da ofendida.
Assalto na Póvoa de Lanhoso
O Tribunal deu, ainda, como provado que, no dia 15 de dezembro de 2024, pelas 10h00, Eulália V., de 82 anos, deslocou-se à caixa multibanco do supermercado Intermarché, na Póvoa de Lanhoso, tendo levantado de 100 euros que guardou na carteira.
O arguido também entrou no supermercado e saiu, esperando pela vítima, e seguiu-a no caminho. Aproximou-se dela na Rua Ponte de Pedreirosa e deu-lhe um empurrão pelas costas, ao mesmo tempo que lhe arrancou a bolsa, onde guardava o dinheiro e o cartão bancário.
Depois, fugiu no veículo Audi A3, atirando a bolsa para a rua.
GNR avistou-o e perseguiu-o
Informada do crime, a GNR local montou dispositivo para intercetar o arguido, vindo a avistá-lo na Estrada Nacional 103, direção Póvoa de Lanhoso – Braga.
Já na Rua da Estrada Nova, em Gualtar, Braga, os militares, após acionarem os sinais luminosos e sirene do veículo, deram-lhe ordem de paragem, por comunicação verbal, à qual ele desobedeceu, tendo, aliás, aumentado a velocidade de marcha do carro e ultrapassado os veículos que seguiam à sua frente, em zona da estrada sinalizada com linha contínua.
Fê-lo, obrigando os condutores dos automóveis que seguiam em sentido contrário a guinarem-nos para a berma, para evitarem as colisões frontais. Os militares prosseguiram a perseguição ao BMW , ao longo da variante Gualtar/ Universidade do Minho, Av. João Paulo II, Av. Padre Júlio Fragata e na variante em direção ao Braga Parque e, ao longo de todo este trajeto, repetiram, por diversas vezes, as ordens de paragem.
Inclusivamente – anota a «sentença» – , tentaram colocar o seu veículo a par do conduzido pelo arguido, mas este guinava na direção daquele, querendo abalroá-lo, só não tendo ocorrido colisões laterais, graças à condução defensiva exercida pelo militar condutor.
Os militares seguiram-no pela EN 101, em direção a Vila Verde/ Prado, estrada por onde, uma vez mais, o arguido “fez inúmeras ultrapassagens em desrespeito da linha contínua, não ocorrendo qualquer embate com os demais utentes da via, por pronta reação de cada um dos vários condutores que ali circulavam, que se desviaram para a berma”.
Parou em Soutelo mas voltou a fugir
Após o arguido ter conduzido pela saída de Vila Verde, foi o mesmo forçado a reduzir a velocidade na localidade de Soutelo, por força do trânsito; nesse momento, os militares conseguiram colocar o veículo a par do dele e um deles apeou-se e tentou abrir a porta.
Porém, alertados pelo som da sirene, os demais condutores desviaram os seus veículos e o arguido aproveitou para escapar , vindo uma vez mais a conduzir sobre a faixa de rodagem contrária, só não tendo colidido de frente com um que seguia em sentido contrário por o respetivo condutor ter tido a destreza de o desviar”.
Por fim, no cruzamento entre a Rua da Gandra e a Estrada Municipal 556, o arguido não respeitou o sinal STOP e prosseguiu a marcha, mas veio a ser parado pela GNR.