O presidente do Partido Socialista, Carlos César, defendeu neste domingo que para o PS António José Seguro “é o melhor” candidato presidencial, explicando que, com o apoio aprovado, o partido “esgota a sua participação enquanto entidade autónoma” nesta eleição.

Carlos César falava aos jornalistas no final da Comissão Nacional deste domingo, que decorreu em Penafiel, distrito do Porto, reunião na qual foi aprovado, apenas com duas abstenções e sem votos contra, o apoio do PS a António José Seguro nas eleições presidenciais do próximo ano.

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“A opção que nós temos de fazer é, olhando para os candidatos, saber qual é o melhor. E, para o Partido Socialista, o melhor é o doutor António José Seguro”, defendeu.

Questionado sobre quais serão os termos do apoio, Carlos César explicou que se trata da formalização deste apoio, mas que o partido “não determina o comportamento individual das pessoas, dos cidadãos, sejam eles os seus dirigentes, os seus militantes, os seus simpatizantes”.

“O Partido Socialista o que aprovou hoje foi o apoio formal enquanto instituição a um dos candidatos e é aqui que o Partido Socialista esgota a sua participação enquanto entidade autónoma na eleição presidencial. O resto desta eleição presidencial compete aos candidatos que dizem o que veem e compete aos cidadãos que optam perante aquilo que veem nos candidatos”, defende.

O presidente do PS defendeu que as eleições são “um ato de liberdade”, sabendo-se que “o Partido Socialista tem preferência por esse candidato”.

“A opção do Partido Socialista, como a própria resolução que foi aprovada esclarece com clareza, não impede que os militantes decidam, noutro sentido, se acharem em boa consciência que é essa a decisão que devem tomar”, ressalvou.

Para Carlos César, o PS “não está nada dividido”.

“Está unido na apreciação que faz da recuperação eleitoral que fizemos nestas autárquicas, está unido na comunicação que fizemos de votar na abstenção a viabilizar o Orçamento do Estado e está unido na resolução que aprovamos de apoio à candidatura do doutor Seguro”, enfatizou.

A Comissão Nacional do PS analisou os resultados autárquicos, assumindo o presidente do partido, Carlos César, à saída da reunião, que foi “uma boa votação” para o PS.

“O PS está a retomar a confiança, não só como partido de base local, como alternativa política de governo ao PSD”, considerou em declarações às televisões.

Para o PS, nas palavras de Carlos César, os resultados “permitem-nos um percurso de reanimação eleitoral que relança o PS como alternativa à AD. Não há nenhum partido da área socialista ou social-democrata em toda a Europa que tenha um número de votos correspondentes a 33% do eleitorado. E portanto é uma boa votação, sobretudo depois de há cinco meses termos tido um resultado menos agradável e que colocou o PS num plano claramente inferior. Valorizamos isso, sabemos que o PS está a retomar a confiança, não só como partido de base local, como alternativa política de governo ao PSD”.

Em relação ao Orçamento do Estado, que foi debatido na Comissão Nacional do PS, Carlos César diz ter sido “evidenciado o sentido de responsabilidade” socialista.

“Toda a gente percebe que o PS não estará de acordo com muitas matérias que fazem parte deste OE, tem mesmo a convicção que as projeções, nomeadamente as de equilíbrio das contas públicas, são muito frágeis e não condizem com a opinião do Governo. Temos consciências que algumas áreas sociais, designadamente no domínio das pensões, não correspondem ao pensamento do PS, mas sabemos que o valor da estabilidade é importante, não estamos em alturas de derrubar governos por falta de orçamento, e é nisso que o PS uma vez mais se distingue e se quer distinguir uma vez mais no país”.

O PS, para além das convicções, “aposta na estabilidade”. “E por isso a votação de abstenção no caso do OE foi aqui registada unanimemente como positiva e evidenciadora desse sentido responsável.”