A Câmara de Lisboa reagiu esta segunda-feira ao relatório do
gabinete que investiga os acidentes ferroviários. A autarquia liderada
por Carlos Moedas afirma que “ao contrário da politização que alguns
fizeram durante a campanha, este relatório reafirma que a infeliz
tragédia do Elevador da Glória foi derivada de causas técnicas e não
políticas.”


Por sua vez, a Carris rejeita a exclusiva responsabilidade dos aspetos relativos à segurança dos ascensores e afirma que a regulação técnica e respetiva supervisão do Ascensor da Glória é competência da entidade da administração indireta do Estado, afirmando ser um mero operador dos Ascensores da Glória e do Lavra.


Mais destaca que “o processo de aquisição dos mesmos, com alegadas inconformidades, que condicionaram todo o processo de substituição dos cabos, ocorreu em mandato anterior ao do presente Conselho de Administração”. 


Diretor de Manutenção demitido


No documento, a Carris recorda que a manutenção do elevador da Glória estava a cargo da MNTC, a empresa prestador de serviços desde 2019, e que segundo o relatório de hoje, esta empresa poderá não ter cumprido devidamente o contrato. 

Um incumprimento que, esclarecem, nunca foi reportado pela Direção de Manutenção do Modo Elétrico, nem pelo Gestor do Contrato. Estão, por isso a apurar responsabilidades, dando conhecimento que o Diretor de Manutenção do Modo Elétrico foi entretanto demitido.

A Carris adianta ainda que nunca foi transmitida à Administração da empresa pelos técnicos e trabalhadores da Carris que havia a perceção de que a segurança do sistema dependia inteiramente do cabo e que o sistema de freio não era eficaz para imobilizar as cabinas sem o cabo.


Assinala, por fim, que o Relatório Preliminar do GPIAAF apresenta informação ainda incompleta e que vai aguardar “o relatório final para uma pronúncia mais abrangente e concreta sobre o apuramento das causas do acidente”. 


O acidente com o Elevador da Glória, a 3 de setembro, provocou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos.