Depois da morte, a 14 de Dezembro passado, de Isak Andic, empresário que fundou a cadeia de lojas de roupa Mango, as desavenças pela herança e pelo seu legado envolvem Estefanía Knuth, mulher de Andic, e os três filhos do empresário. A herança foi distribuída equitativamente. Porém, a divisão do legado da quinta maior fortuna de Espanha — segundo a revista Forbes — está a gerar tensões na família. Knuth discorda do valor estabelecido pelo próprio marido no testamento e pede agora 70 milhões de euros.

Segundo informações obtidas pelo diário El País, o testamento do fundador da Mango desencadeou disputas financeiras entre Knuth e Jonathan, Judith e Sarah, os três filhos de Isak Andic. De acordo com o El País, Knuth discorda da parte definida pelo testamento e exige 70 milhões de euros.

Em Julho de 2023, Isak Andic expressou, no seu testamento, a vontade de dividir de forma igual a Punta Na, holding (empresa que detém e controla participações noutras empresas e gere um grupo empresarial) sob a qual consolidou os seus investimentos empresariais, dos quais a participação de 95% na Mango e participações imobiliárias avaliadas em quase 1,2 mil milhões de euros.

Knuth não concordou com a quantia estabelecida no testamento e considera que esta deveria ser superior. Os filhos do empresário tentaram negociar de forma amigável, mas o valor pedido pela viúva era muito superior à vontade do marido, segundo apurou o jornal espanhol. As negociações ficaram, então, num impasse. Na passada semana, os três herdeiros de Andic aceitaram as suas partes, por isso, Knuth tem de escolher se aceita o valor proposto pelos filhos, se continua a negociar ou se recorre à justiça através de uma acção civil.

A par das desavenças financeiras, a família de Isak Andic divide-se pelas tensões em torno do processo criminal aberto após a morte do empresário. Dez meses depois, a queda de uma ravina em Monteserrat, Barcelona, está a ser investigada como homicídio. Jonathan Andic, filho mais velho do empresário, que acompanhava o pai no momento da queda, foi constituído arguido no processo.


De acordo com o El País, a polícia espanhola está a investigar o telemóvel de Jonathan, que é também o vice-presidente do conselho de administração do Mango Fashion Group, para determinar o seu posicionamento no momento da queda e avaliar outras possíveis provas. No seu depoimento, Estefanía Knuth revelou que Jonathan e o pai passaram por vários períodos de tensão, pormenor que motivou as autoridades a manter o caso aberto.

A mulher partilhou que, em 2015, os dois discutiram, porque o filho mais velho não estava satisfeito com o rumo que a empresa estava a tomar. Em Junho, Jonathan Andic deixou as responsabilidades executivas na Mango. Fontes próximas da família sublinharam que vão “continuar a colaborar” com a investigação, acreditando que o filho mais velho do empresário é inocente e que o caso será arquivado.